segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Incêndios em Manteigas afectam áreas importantes do Parque Natural da Serra da Estrela Reserva Biogenética em risco

incendio manteigas
























A Quercus está preocupada com os incêndios que ocorrem desde ontem em Manteigas, junto do vale glaciar do Zêzere, dada a importância ecológica desta área em pleno Parque Natural da Serra da Estrela.

O primeiro incêndio teve início ontem ao início da tarde em S. Pedro de Manteigas, junto à Vila de Manteigas e terá afectado uma área de cerca de 200 hectares de floresta dominada por pinhal com carvalhos alvarinhos, no limite da Reserva Biogenética do Conselho da Europa. Apesar do incêndio ter sido dominado durante a madrugada, o grande perímetro da área ardida e o relevo acidentado, causa preocupação devido ao risco de reacendimentos, pelo que deverá manter-se uma vigilância activa dos operacionais no terreno.

A Quercus está a desenvolver o projecto Life Taxus também em áreas do vale glaciar do Zêzere, com o objectivo de recuperar o habitat prioritário 9580* - Florestas mediterrânicas de Taxus baccata, no único local onde ocorrem teixos na Serra da Estrela. As medidas de gestão implementadas também ajudam a defender do fogo as áreas de teixo, contudo, considera-se fundamental que qualquer reacendimento seja prontamente combatido para o fogo não alastrar para as áreas prioritárias de conservação.

Actualmente continua activo um outro incêndio que deflagrou hoje de manhã junto a Sameiro, a jusante de Manteigas, que está a destruir uma área florestal também no Parque Natural e Sítio de Importância Comunitária da Serra da Estrela.

Estas ocorrências vêm referidas como estando a acontecer em “mato” pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, contudo, são efectivamente em áreas florestais com povoamentos, mesmo que também incidam sobre áreas de mato, situação que parece ser recorrente para desvalorizar os impactes dos incêndios.

Devido à importância dos valores ameaçados nesta área protegida, a Quercus apela às autoridades competentes, nomeadamente ao Comando Nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil, em articulação com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, para alocar meios aéreos e terrestres no sentido de evitar reacendimentos e a propagação dos incêndios.

O último grande incêndio no vale glaciar do Zêzere, ocorreu no Verão de 2005, tendo destruído milhares de hectares do Parque Natural da Serra da Estrela. A Quercus espera que a coordenação das operações integre as entidades que melhor conhecem o terreno para se evitarem problemas maiores.

Lisboa, 31 de Julho de 2016

A Direção Nacional da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza

Nenhum comentário:

Postar um comentário