por Paulo Domingues |
A de 9 de Fevereiro foi mais uma jornada bastante participada de voluntários muito dedicados, que se entregaram a diferentes trabalhos: 10 voluntários à plantação de árvores, 3 à selecção de rebentos de carvalho, sobreiro e outras árvores e 2 à remoção de rebentação de eucalipto. Tudo em torno do Vale de Barrocas, que já vai ficando conhecido por todo o mundo!...
Havia um conjunto muito diversificado de árvores para plantar: carvalhos, sobreiros, castanheiros, murtas, lentiscos, adernos e medronheiros. Três equipas avançaram já para oeste da depressão do Vale de Barrocas, duas nas cotas mais elevadas da área e uma um pouco mais abaixo. As primeiras não tiveram tarefa fácil, porque esta área é mais pedregosa do que as de jornadas anteriores, obrigando a uma busca cuidada dos locais de plantação e às vezes a uma operação (ainda mais) exigente de preparação desses locais.
Na área de cota mais elevada dominam, entre as plantas espontâneas presentes no local, as urzes vermelhas (Erica australis), que se encontram agora quase a abrir as suas flores. Mais abaixo e a nascente do vale são mais frequentes os tojos. As carquejas e as urzes de porte baixo aparecem bem distribuídas por todo o lado. A urze-vermelha é uma urze de porte elevado, de facto, um pequeno arbusto, tal como a urze-branca, que também ocorre no Vale de Barrocas, embora de forma mais pontual.
A equipa de selecção de rebentos desceu a uma cota ainda mais baixa da encosta, para trabalhar onde os rebentos são mais abundantes. A equipa dos rebentos de eucalipto, pelo contrário, andou pelas cotas mais elevadas, com boas vistas sobre o vale do Ribeiro de Belazaima, tal como as equipas de plantação.
O dia estava nublado e fresco, sendo as condições para tirar fotos melhores do que em jornadas anteriores.
Depois de um almoço em forma de piquenique, o regresso ao trabalho fez-se sem demora para não deixar arrefecer demasiado os corpos. E durante a tarde as equipas continuaram a progredir para oeste. No entanto, sobretudo para as equipas que trabalhavam acima do caminho onde se encontrava a carrinha de apoio, a deslocação dos materiais (fertilizantes e plantas) encosta acima começou a cobrar o seu tributo e algumas pernas começaram a fraquejar.
Para compensar os esforços da tarde, os trabalhos concluíram-se com um lanche ainda em pleno campo, já começava a escurecer. Tinha sido um dia longo e muito produtivo! Só teve uma nota negativa a registar: três voluntários inscritos não apareceram nem deram qualquer justificação. Aproveita-se a oportunidade para recordar que, na Sexta à noite anterior a uma jornada já o seguro foi activado, já a alimentação foi preparada, já as boleias foram coordenadas e, no caso de ter havido muitos voluntários inscritos, pode já ter acontecido que alguns tenham sido convidados a adiar a sua participação, pelo que uma falta significa sempre um investimento de esforço que não tem aproveitamento. Claro, são compreensíveis motivos de força maior, mas não motivos menores e sem a gentileza de uma informação. Felizmente é raro haver três faltas: a maior parte dos voluntários tem demonstrado grande responsabilidade, mas claro, há excepções, como aconteceu nesta jornada.
Na próxima continuaremos pelo Vale de Barrocas, mas, nas cotas mais elevadas do monte, tudo indica que as condições não serão tão difíceis como nesta jornada, porque houve arranque de tocos e o solo está mais “fofo”.
Obrigado aos esforçados voluntários desta jornada. E à Liliana (LM) e ao Paulo Vinagre (PV) pelas suas fotos.
Paulo Domingues