quinta-feira, 30 de julho de 2020

2ª Jornada de Verão


por Cabeço Santo

Finalmente, depois de duas semanas de um escaldante Julho, os ventos mudaram, e já nem o sol parece o mesmo.

Assim, foi possível realizar a prevista jornada de 25 de Julho, desta vez quase inteiramente dedicada ao eucalipto! Quer dizer, dedicada à remoção de eucalipto. Tratava-se de uma das últimas áreas a ser intervencionada, já longe do Cabeço Santo e bem perto de Belazaima, aliás uma das mais visíveis de Belazaima: o Cabeço da Lavandeira.

Lavandeira
Lavandeira e arredores numa sobreposição do Google Earth

É esta uma área de forte pendente (exceptuando as cotas mais elevadas do cabeço, onde a Quinta das Tílias plantou medronhal) que parcialmente continha as antigas testadas das terras agrícolas que se situam ao longo do ribeiro. Estas testadas tinham uma função de protecção destas terras e por isso não foram originalmente plantadas com eucaliptos, tendo desenvolvido uma interessante cobertura de vegetação autóctone, frequentemente com árvores de porte significativo. No entanto, os sucessivos incêndios degradaram-nas, promovendo a germinação de sementes de eucalipto provenientes das áreas vizinhas e a degradação da vegetação autóctone, de tal maneira que, nos anos deste século, as testadas da Lavandeira e do Pedaço (a jusante) já estavam totalmente dominadas pela presença de eucaliptos, que frequentemente as ocuparam de forma densa e desordenada.

O objectivo de mais longo prazo da intervenção nesta área é a recuperação das antigas testadas da Lavandeira e de, pelo menos, parte do Pedaço, mas, para já, ficamo-nos pela Lavandeira. Aqui foi possível ir para além das antigas testadas, subindo mais na encosta para incluir antigo eucaliptal plantado. Neste, recorreu-se ao herbicida para desvitalizar as toiças (em 2019), o que foi parcialmente conseguido, mas nas antigas testadas, dada a presença mais abundante de plantas autóctones, isso não foi feito, sendo a rebentação de eucalipto mais densa.

Eis, pois, o objectivo deste dia: remover a rebentação de eucalipto com machados. Mas não apenas isso: na época anterior já se tinha realizado aqui uma sementeira de bolota, pelo que se estava de olho nas plantas emergentes. E com efeito foram encontradas, não em grande densidade, mas estavam lá, na primeira frente de recuperação desta área. Também se usou moto-podadora para cortar alguns eucaliptos de pequeno porte que o último corte do eucaliptal deixou para trás.

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Perspectiva da rebentação de eucalipto na área das antigas testadas

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Rebentação de castanheiro entre a rebentação de eucalipto

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Equipa em acção na encosta

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Em alguns locais constatava-se a presença de esqueléticas árvores autóctones, memória da antiga ocupação deste espaço

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Perspectiva dos trabalhos, já a manhã ia avançada

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Um dos vários carvalhos de origem seminal encontrados

O que não facilitou o trabalho dos voluntários foi o declive do terreno, tanto mais elevado quanto mais se descia em direcção às terras agrícolas. Também a presença de ramadas de eucalipto ainda remanescentes dos cortes não ajudou. Mas a manhã decorreu com dinâmica, ajudada pela frescura do tempo. Constatou-se até que alguns eucaliptos germinados após o incêndio de 2005, que também afectou a área, ainda se conseguiam arrancar, fruto do enraizamento superficial e da concorrência pelo espaço.

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Muitos eucaliptos germinados em 2005 ainda se conseguiam arrancar

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Vista das terras agrícolas e da aldeia de Belazaima

Mas, claro, estamos em pleno Julho, pelo que, depois do almoço, na base de operações da Quinta das Tílias, se fez um relaxamento um pouco mais alongado. Com a temperatura do ar quase a tocar nos 30ºC, mas a descer rapidamente, pouco depois das 15 horas a equipa já se encontrava no terreno outra vez. E os trabalhos prosseguiram até depois das 18:30h. Não se conseguiu acabar, mas também não ficou a faltar muito, apenas uma pequena área de antigo eucaliptal plantado, onde a desvitalização química ainda deixou significativa rebentação. Tinha sido um dia muito produtivo!

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Trabalho realizado, pelo final do dia na parte oeste da área

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Perspectiva, ao longe, da área trabalhada (parte nascente). Na parte menos declivosa (mobilizada) a Quinta das Tílias plantou medronhal (já em 2020).

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A equipa do dia

Obrigado a todos os voluntários e ao Paulo Vinagre pelas suas fotos!

Desde já se começou a planear o futuro próximo: em Agosto costumam realizar-se “férias voluntárias”, mas este ano, dado ter-se cancelado uma jornada em Julho, já para não falar nas “da pandemia”, propõe-se realizar uma jornada extraordinária no dia 8 de Agosto para cuidar das árvores e arbustos plantados este ano, cuidado que consistirá sobretudo na rega.

Há voluntários disponíveis para Agosto? É o desafio.

Até breve.

Paulo Domingues

terça-feira, 28 de julho de 2020

Manutenção de Florestas Plantadas | Workshop Online | 11 e 12 de agosto, das 15h às 18h


Caso não esteja visualizando corretamente esta mensagem, acesse aqui.
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Olá Ricardo, tudo bem?
A Malinovski está promovendo um workshop sobre Manutenção de Florestas Plantadas, com objetivo de integrar profissionais ligados à área de silvicultura com foco em manejo, recomendações e aplicação de novas tecnologias para manejo de matocompetição.
Qual será o formato do workshop? Será online e ao vivo.
Quando? Nos dias 11 e 12 de agosto, terça e quarta-feira.
Qual horário? Das 15h às 18h.
Para quem? Exclusivo para profissionais da área de silvicultura.
Com a mentoria dos convidados Prof. Dr. Caio Antonio Carbonari e Prof. Dr. Edivaldo D. Velini, ambos professores da FCA/UNESP com larga experiência sobre o assunto, serão discutidos os seguintes macro tópicos:
1 | Manejo de plantas daninhas
2 | Seletividade de herbicidas
3 | Novas tecnologias
4 | Nova política de químicos para certificação
Para agregar a troca de experiências, profissionais das empresas ArcelorMittalBracellCMPC Celulose RiograndenseDuratexKlabin e Suzano foram convidados para apresentar seus cases.
Confira abaixo os mentores, os convidados especiais e a programação do workshop de Manutenção de Florestas Plantadas:
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PROGRAMAÇÃO DO WORKSHOP
MANUTENÇÃO DE FLORESTAS PLANTADAS
MÓDULO I | 11 DE AGOSTO | 15 ÀS 18H
Manejo de plantas daninhas e seletividade de herbicidas
15h00
Ferramentas atuais e seletividade dos herbicidas na área florestal.
Prof. Dr. Caio Carbonari, Professor Associado da FCA/UNESP.

15h20
Recomendações de manejo de plantas daninhas.
Heitor S. Dallapiccola, Pesquisador em Matologia na Suzano.

15h40
Uso de pré-emergentes e redução nas operações.
Jonas Felipe Salvador, Gerente de Desenvolvimento Florestal na Duratex.

16h00
Experiência na seletividade de herbicidas.
Roosevelt Almado, R&D Manager na ArcelorMittal.

16h20
Abertura para troca de experiências.
MÓDULO II | 12 DE AGOSTO | 15 ÀS 18H
Novas tecnologias para manejo de matocompetição
15h00
Importância das inovações no manejo de plantas daninhas.
Prof. Dr. Edivaldo D. Velini, Professor Titular da FCA/UNESP.

15h20
A tecnologia dos drones no combate da matocompetição.
José Baptista, Especialista em Desenvolvimento Florestal na CMPC Celulose Riograndense.

15h40
Perspectivas das novas moléculas em desenvolvimento para a área florestal.
Mariane Bueno de Carmargo, Pesquisadora Sênior na Klabin.

16h00
Nova política de químicos para certificação: impactos no manejo de plantas daninhas.
José E. Petrilli Mendes, Gerente de Pesquisa em Manejo Florestal na Bracell.

16h20
Abertura para troca de experiências.

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segunda-feira, 27 de julho de 2020

COMUNICADO | Projeto Floresta Comum disponibiliza 155.270 plantas de 42 espécies florestais autóctones

               

NOTA DE IMPRENSA
27 DE JULHO DE 2020

PROJETO "FLORESTA COMUM"
155.270 PLANTAS FLORESTAIS AUTÓCTONES ESTARÃO DISPONÍVEIS NOS QUATRO VIVEIROS DO ICNF, I.P. PARA A PRÓXIMA ÉPOCA 2020/2021

O próximo período de candidaturas à Bolsa Nacional de Espécies Florestais Autóctones, do projeto Floresta Comum, decorre desde hoje, dia 27 de julho, até dia 30 de setembro de 2020, e está aberto a todas as entidades que tenham responsabilidade de gestão de terrenos públicos ou comunitários (baldios), contando com uma disponibilidade inicial de 155.270 plantas de 42 espécies florestais autóctones.
O Regulamento e os formulários de candidatura estão disponíveis no site www.quercus.pt através do separador Projetos - Floresta Comum ou no www.florestacomum.org/candidaturas.
Com 10 edições, a iniciativa já disponibilizou cerca de 1.088.985 plantas de 60 espécies autóctones que foram plantadas em terrenos públicos e comunitários (baldios). Desde a primeira fase de candidaturas à Bolsa Nacional de Espécies Florestais Autóctones em 2012, tanto a solicitação, como a oferta de plantas, têm mantido a tendência de crescimento.
De acordo com as disponibilidades dos quatro viveiros do ICNF, I.P. - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, foram distribuídas 118.738 plantas, as quais foram plantadas entre novembro de 2019 e março de 2020. Tem sido grande o envolvimento da Administração Local nestas ações de (re)arborização, através dos Municípios e Juntas de Freguesia.
O Floresta Comum é uma parceria entre a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, o ICNF, I.P. - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses, e a UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Esta parceria surgiu com o objetivo de incentivar a criação de uma floresta autóctone com altos níveis de biodiversidade e de produção de bens e serviços de ecossistema. É parcialmente financiado pelo projeto Green Cork – reciclagem de rolhas de cortiça e conta com o mecenato da REN – Redes Energéticas Nacionais.
As vantagens em melhorar a composição da floresta portuguesa, com recurso a espécies autóctones como carvalhos, medronheiros, castanheiros ou sobreiros, entre outras, são evidentes. Em comparação com as espécies introduzidas (exóticas), esta floresta está mais adaptada às condições climáticas locais, sendo por isso mais resistente a pragas, doenças, longos períodos de seca ou de chuva intensa. Contribui ainda para a mitigação das alterações climáticas e é mais resiliente a essas mesmas alterações, bem como aos incêndios florestais.

O percurso do Projeto Floresta Comum
O arranque desta iniciativa ocorreu no âmbito das comemorações do Centenário da República Portuguesa, em 2010, que coincidiram com o Ano Internacional da Biodiversidade. Cerca de 80 municípios plantaram os "Bosques do Centenário" - monumentos vivos constituídos por 100 plantas (árvores/arbustos) autóctones portugueses.
Depois do sucesso desta iniciativa, em que foram plantadas 8.415 árvores, deu-se continuidade à atividade com o projeto "Futuro - 100.000 Árvores na Área Metropolitana do Porto", em que foram plantadas 16.753 árvores, e testado o procedimento atualmente utilizado de disponibilizar plantas. A partir de 2012 as plantas passaram a ser solicitadas ao Floresta Comum, através de candidatura. Após aprovação das candidaturas e mediante a disponibilidade em plantas nos viveiros do ICNF, foram já distribuídas cerca de 1.088.985 plantas nas 10 campanhas decorridas, 8 das quais no âmbito deste Protocolo, que regista uma evolução de 53 mil na campanha de 2012/13 para as 119 mil na última campanha de 2019/2020.

Para mais informações, por favor contactar:

Pedro Sousa – Técnico do Projeto Floresta Comum (Quercus) - Telm. 96 70 56 841
Paula Nunes da Silva – Presidente da Direção Nacional da Quercus – Telm. 93 99 92 185

terça-feira, 21 de julho de 2020

Estágio profissional para Técnico Florestal, para a área de certificação florestal - Região Centro



O Parceiro da 2BForest, Silvimondego, pretende recrutar, para apoio na área de certificação florestal, especificamente no grupo de Certificação de matas “2B_Forest_Group”, apoiando o responsável técnico do Centro de projetos desta área e nas diversas tarefas de acompanhamento de proprietários florestais na Região Centro de Portugal.
Perfil do candidato:
  • Enquadramento nos estágios profissionais do IEFP - Nível 7
  • Licenciatura pré-Bolonha ou Mestrado pós-Bolonha em Engenharia Florestal ou das Ciências Agrárias
  • Conhecimentos de informática na ótica do utilizador, nomeadamente em QGIS
  • Conhecimentos de planeamento e técnicas de gestão florestal
  • Capacidade de trabalho em equipa
  • Sentido de responsabilidade
  • Disponibilidade para deslocações
  • Disponibilidade imediata
  • Residência na região centro (Viseu / Coimbra / Leiria / Castelo Branco)

Descrição da função:
  • Apoio na avaliação de necessidades e de comunicação com os clientes
  • Apoio na recolha, análise e interpretação de informação de campo
  • Apoio na elaboração de cartografia florestal
  • Apoio no preenchimento de bases de dados

Condições oferecidas:
- Remuneração de acordo com os requisitos do IEFP
- Possibilidade de integração futura na empresa
Enviar CV e carta de apresentação para: gsilva@2bforest.pt

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Decreto-Lei n.º 32/2020: 3ª alteração do regime jurídico no âmbito das ações de Arborização e Rearborização


Decreto-Lei n.º 32/2020: 3ª alteração do regime jurídico no âmbito das ações de Arborização e Rearborização

AMBIENTEBIODIVERSIDADEBLOGLEGISLAÇÃO • COMENTÁRIOS FECHADOS EM DECRETO-LEI N.º 32/2020: 3ª ALTERAÇÃO DO REGIME JURÍDICO NO ÂMBITO DAS AÇÕES DE ARBORIZAÇÃO E REARBORIZAÇÃO • 66
A 1 de Julho de 2020, o Governo divulgou em Diário da República o Decreto-Lei n.º 32/2020, que procede à terceira alteração ao DecretoLei n.º 96/2013, de 19 de julho, alterado pela Lei n.º 77/2017, de 17 de agosto, e pelo DecretoLei n.º 12/2019, de 21 de janeiro, que estabelece o regime jurídico a que estão sujeitas, no território continental, as ações de arborização e rearborização com recurso a espécies florestais.
As alterações deste novo decreto são as seguintes:
– Atribui-se aos municípios das áreas territoriais de cada uma das ações de arborização e rearborização a competência para as autorizar, desde que disponham de gabinete técnico florestal,  com exceção das:
  1. acões de arborização e rearborização com recurso a espécies do género Eucalyptus spp;
  2. as ações que se realizem em áreas inseridas na Rede Nacional de Áreas Protegidas ou Rede Natura 2000;
  3. as ações submetidas ao Regime Florestal, bem como as ações geridas pelo ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas;
  4. as ações em áreas territoriais abrangidas por mais do que um município.
 De forma a uniformizar procedimentos, as ações integradas em candidaturas no âmbito de programas de apoio financeiro com fundos públicos ou da União Europeia deixam de estar dispensadas de autorização e de comunicação prévia;
 São diminuídos os prazos de comunicação do início de execução das ações de arborização e rearborização, passando de 30 dias para 10 dias;
 Passa a estabelecer-se que uma percentagem do produto das coimas (25%) reverte para o Fundo Florestal Permanente (reduzindo-se a percentagem afeta ao Estado).

Regime Jurídico aplicável às ações de arborização e rearborização

O regime jurídico aplicável às ações de arborização e rearborização é regulado pelo Decreto-Lei n.º 96/2013, de 19 de julho, em vigor desde 17 de outubro de 2013.
Em 2017 foi publicado em Diário da República a Lei nº 77/2017, de 17 de agosto, que consistiu na primeira alteração ao anterior decreto-lei. Este diploma pretende travar a expansão do eucalipto em Portugal e evitar a contínua devastação das florestas portuguesas provocada pelos incêndios florestais. O objetivo da Lei nº 77 não pretende impedir a plantação, mas sim travar a expansão de eucalipto, obrigando a que as novas plantações sejam realizadas com a libertação dos terrenos usados para produzir eucalipto, de forma a poder albergar outro tipo de árvores.
Pode encontra mais informações através do nosso artigo: Regime de arborização e rearborização com recurso a espécies florestais

Fonte: DRE Noctula 

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Webinar: 2º Rebanhos + Clima Positivo | hoje +elas 17:00 horas



É já hoje segundo seminário online Rebanhos + Clima Positivo!

A inscrição é gratuita mas obrigatória, através do link:
https://forms.gle/rjyYkpSq21cxeqCs5



Aquando da inscrição deixe as suas dúvidas e questões para serem respondidas durante o seminário.

Esperamos por si!