domingo, 1 de junho de 2008

Biodiversidade na agenda política até 2010

Convenção de Bona.
A convenção sobre a biodiversidade que teve lugar em Bona terminou hojecom a aprovação de metas para se tomarem medidas políticas sobre agestão dos recursos naturais. Depois das alterações climáticas, osgovernos deparam-se com os efeitos que a perda da biodiversidade poderávir a ter na economia."Passámos a ter um calendário e definições de etapas para que em 2010haja um regime para a partilha equitativa dos recursos naturais" entreos países que os detêm e os países que os exploram, explicou HumbertoRosa, secretário de Estado do ambiente, ao PÚBLICO por telefone.Segundo o relatório provisório que foi tornado público na convenção estaquinta-feira, até 2050 a perda de florestas, das reservas piscícolas eda biodiversidade vai reduzir o PIB mundial em sete por cento. Apopulação com menos recursos será a mais afectada. Estes "valoresprovisórios" são muito importantes para se perceber "a dimensão daperda", diz o secretário.A aposta nos biocombustíveis para diminuir a emissão de gases com efeitode estufa também foi discutida. Apesar de ser uma das possibilidadespara travar o aquecimento global e as alterações climáticas, a produçãode combustíveis orgânicos é mais uma pressão sobre a biodiversidade,devido ao aumento da desflorestação para novos solos agrícolas."O impulso para os biocombustíveis visa a sustentabilidade e essasustentabilidade tem que ter em conta a biodiversidade", diz Humberto Rosa.Portugal teve um papel importante para a criação de um modelo para aConservação Internacional em Zonas de mar alto. Os "critérios dosAçores" foram a base para a produção de uma lista de condições para secriar estes espaços. "Todos os grandes oceanos serão zonas candidatas àconservação e o Atlântico não é excepção", explica o secretário.Uma das medidas decididas na convenção foi uma moratória contra ainjecção de nutrientes nos oceanos para aumentar o crescimento de algas.O projecto tinha como finalidade combater o aquecimento global, já que oaumento do volume de algas retiraria CO2 das águas. Este CO2 ficariapreso na matéria orgânica depositada no fundo dos oceanos depois de asalgas morrerem.Esta medida tinha sido contestada por cientistas e ambientalistas quedefendiam ser necessário fazer-se mais testes antes de se começar aadicionar quantidades de nutrientes para os oceanos.Segundo o relatório a cada hora três espécies desaparecem da Terra.Vive-se o maior período de extinção dos últimos 65 milhões de anos.Espera-se que esta convenção faça da biodiversidade uma prioridade dosgovernos.n*Nicolau Ferreira*

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