Caçadores querem saber por que há cada vez menos tordos
11.06.2010
José Bento Amaro
A Federação Portuguesa de Caçadores (FPC) vai iniciar este ano um estudo para descobrir quais as causas que estão a conduzir ao desaparecimento do tordo em Portugal. O estudo, inédito na Europa, terá a duração de 45 meses e irá tentar apurar factores que no futuro até poderão determinar novas regras para a caça desta espécie, originária do Leste da Europa.
"O tordo é uma das espécies que mais receitas geram para o país", disse ao PÚBLICO o presidente da FPC, Hélder Ramos, salientando que esta ave, que chega normalmente a Portugal em Outubro e só regressa ao Leste europeu em Março, atrai mais de 105 mil caçadores (muitos deles estrangeiros, sobretudo italianos), criando riqueza em sectores como a hotelaria, a restauração e a venda de material (armas e cartuchos) associado à sua caça. "A caça ao tordo, que cerca de 75 por cento dos caçadores portugueses praticam, assume cada vez mais importância, na medida em que outras espécies, como o pombo e o coelho, são cada vez mais escassas", disse.
Para que o estudo vá por diante é necessário, no entanto, que o Ministério da Agricultura o financie e que seja celebrado um protocolo com a Autoridade Florestal Nacional.
"Estimamos que o estudo decorra num período em que serão feitas cerca de 50 mil caçadas. Será necessário recorrer a material muito caro, nomeadamente aparelhos de GPS com um peso de 1,7 gramas, que serão colocados nas aves, para assim se poder saber se voltam ou não ao mesmo local. Depois, também se procederá à diferenciação de machos e fêmeas e de juvenis e adultos. É preciso contratar meios aéreos para fazer o acompanhamento dos bandos no seu trajecto pela Europa. E para fazer a captura das aves vivas e a respectiva colocação de anilhas é preciso contar com peritos, contratados à Universidade do Porto", explicou Hélder Ramos.
A presença dos tordos em Portugal tem vindo a diminuir nos últimos anos, mesmo tendo em conta que noutras zonas da Europa, nomeadamente em França, as condições meteorológicas não têm sido as ideais para a sua fixação. Os tordos chegam a Portugal para fugir aos rigores do Inverno no Leste e alimentam-se, sobretudo, de azeitona. Nos restaurantes, cada exemplar é vendido por 2,5 a 3,5 euros.
11.06.2010
José Bento Amaro
A Federação Portuguesa de Caçadores (FPC) vai iniciar este ano um estudo para descobrir quais as causas que estão a conduzir ao desaparecimento do tordo em Portugal. O estudo, inédito na Europa, terá a duração de 45 meses e irá tentar apurar factores que no futuro até poderão determinar novas regras para a caça desta espécie, originária do Leste da Europa.
"O tordo é uma das espécies que mais receitas geram para o país", disse ao PÚBLICO o presidente da FPC, Hélder Ramos, salientando que esta ave, que chega normalmente a Portugal em Outubro e só regressa ao Leste europeu em Março, atrai mais de 105 mil caçadores (muitos deles estrangeiros, sobretudo italianos), criando riqueza em sectores como a hotelaria, a restauração e a venda de material (armas e cartuchos) associado à sua caça. "A caça ao tordo, que cerca de 75 por cento dos caçadores portugueses praticam, assume cada vez mais importância, na medida em que outras espécies, como o pombo e o coelho, são cada vez mais escassas", disse.
Para que o estudo vá por diante é necessário, no entanto, que o Ministério da Agricultura o financie e que seja celebrado um protocolo com a Autoridade Florestal Nacional.
"Estimamos que o estudo decorra num período em que serão feitas cerca de 50 mil caçadas. Será necessário recorrer a material muito caro, nomeadamente aparelhos de GPS com um peso de 1,7 gramas, que serão colocados nas aves, para assim se poder saber se voltam ou não ao mesmo local. Depois, também se procederá à diferenciação de machos e fêmeas e de juvenis e adultos. É preciso contratar meios aéreos para fazer o acompanhamento dos bandos no seu trajecto pela Europa. E para fazer a captura das aves vivas e a respectiva colocação de anilhas é preciso contar com peritos, contratados à Universidade do Porto", explicou Hélder Ramos.
A presença dos tordos em Portugal tem vindo a diminuir nos últimos anos, mesmo tendo em conta que noutras zonas da Europa, nomeadamente em França, as condições meteorológicas não têm sido as ideais para a sua fixação. Os tordos chegam a Portugal para fugir aos rigores do Inverno no Leste e alimentam-se, sobretudo, de azeitona. Nos restaurantes, cada exemplar é vendido por 2,5 a 3,5 euros.
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