Dois meses depois de fechar o viveiro florestal em Idanha-a-Nova por causa da redução de procura no mercado, José Gameiro, responsável pela empresa Silvapor, contactou alguns fornecedores com o intuito de reunir árvores e efetuar um donativo para a plantação em Pedrógão Grande, a título gratuito. No início desta semana, o empresário tinha conseguido entre 20 a 30 mil árvores, que dará para reflorestar entre 20 a 30 hectares de terreno.
O empresário da Silvapor encetou contactos com empresas francesas ligadas ao setor, que demonstraram “vontade de fazer algo” pela região de Pedrógão Grande, sobretudo ao nível da reflorestação do concelho. “Aguardamos que se conheça mais alguma coisa sobre o que se pretende fazer nas áreas ardidas. A nossa disponibilidade é para a doação destas árvores (sobreiros, carvalhos ou azinheiras) e podermos ali fazer um reordenamento de raiz exemplar”, diz o empresário.
O empresário deslocou-se a Pedrógão Grande para iniciar contactos formais com o município local, através do vice-presidente José Antunes Graça, a quem transmitiu a ideia, sendo que irá, brevemente, formalizar esta disponibilidade à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC). O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) confirmou que a área de floresta ardida do grande incêndio de Pedrógão Grande corresponde a 45.979 hectares.
“O desafio está lançado, sendo que agora é preciso concertar com as entidades responsáveis o trabalho de planeamento”, termina José Gameiro que fechou o viveiro florestal da empresa há cerca de dois meses. “O mercado não estava a responder pelo que fui obrigado a encerrar o projeto. Os apoios a novos projetos de florestação foram diminuindo, a aquisição de árvores em viveiro também”, justifica.
No viveiro era feita a produção e comércio de plantas florestais, tendo por objetivo satisfazer as necessidades dos clientes.
Os concelhos afetados pelo incêndio de Pedrógão Grande vão ter um projeto-piloto para que a floresta que ardeu volta a crescer de forma mais controlada e limpa, de forma a evitar novos incêndios. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, depois da reunião com os autarcas da região.
O Governo pretende “utilizar este território para fazer um projeto-piloto no reordenamento da floresta, na revitalização do interior”, afirmou António Costa, após uma reunião em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, com os presidentes dos sete municípios afetados: Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Pampilhosa da Serra, Góis, Penela e Sertã, este último do distrito de Castelo Branco. No dia 19 de julho, o Primeiro-ministro, António Costa, estará na Sertã para mais uma reunião de trabalho com os municípios afetados pelos incêndios na região.
In Jornal do Fundão
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