quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

ANEFA reúne com Secretário de Estado e com Gestora do ProDeR

Informação à Imprensa



. Apresentados três programas para apoio à dinamização do sector.

A Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente foi recebida, no passado dia 11 de Dezembro, pelo Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Eng.º Rui Barreiro e pela Gestora do ProDeR – Programa de Desenvolvimento Rural, Dra. Maria Gabriela Ventura.

Conquanto seja do conhecimento público a enorme importância ambiental, económica e social da floresta portuguesa, esta não tem sido considerada como prioridade nacional, e os últimos acontecimentos associados ao sector ditam que a falta de sustentabilidade da floresta portuguesa é uma realidade que, mais cedo ou mais tarde, comprometerá o futuro do nosso país.

Foi neste sentido que a ANEFA fez, mais uma vez, realçar alguns problemas que têm assolado o mundo rural. A taxa de corte superior à taxa de arborização, a propagação do nemátodo e a falta de operacionalização do ProDeR foram alguns dos temas abordados, já que tendem a impor o desinvestimento e a escassez de matéria-prima, colocando em causa toda a economia nacional.

Associada a esta falta de sustentabilidade e ao crash na economia, aparecem os números do desemprego, outra das preocupações da Direcção da Associação, que considera que “a falência de inúmeras empresas tem resultado num aumento de desemprego local, colocando a fileira florestal e os cerca de 250 mil trabalhadores numa situação crítica, fragilizando o próprio sector”.

Apesar do clima de apreensão e dúvida em que se encontra o mundo rural, foi com enorme expectativa que a ANEFA verificou a vontade das autoridades em apostar na Agricultura e na Floresta nacionais. Pela primeira vez, o sector primário está a ser encarado como um elenco de grandes oportunidades de desenvolvimento, riqueza e investimento.




Conhecendo as fragilidades dos sectores, parece agora evidente o diagnóstico do que terá de ser o futuro próximo. É urgente agilizar o ProDeR, fazendo com que o país, agricultores e proprietários consigam aproveitar as ajudas a que têm direito. É urgente voltar a reflorestar e a investir na manutenção dos espaços florestais, devolvendo à Floresta portuguesa a sua importância.

Embora seja de louvar esta mudança de atitude, a Direcção da Associação adianta que não se pode simplesmente esperar para ver. Como sublinham os seus dirigentes:
“Nunca foi postura da ANEFA apontar o dedo sem adiantar soluções, por isso, fizemos questão de demonstrar a nossa preocupação, mas, igualmente, apresentar algumas soluções que poderiam impulsionar o sector florestal e contribuir para a sua sustentabilidade”.

Três programas para dinamizar o sector

Numa óptica construtiva, a ANEFA deixou um apelo às entidades com quem reuniu, tendo apresentado três programas para dinamizar o sector.

O Programa FLORESTAR, com o grande objectivo de aumentar, de forma contínua, a taxa de arborização, gerar oportunidade de trabalho para viveiros e empresas de florestação, garantir matéria-prima à indústria e empresas de exploração florestal e criar novos sumidouros de carbono. Uma iniciativa que teria como base o Fundo Florestal Permanente que, no seu conjunto, gera anualmente cerca de 30 milhões de euro que, aplicados em arborização, representaria a criação de mais de 2 mil postos de trabalho permanentes por ano, a plantação de aproximadamente 24 milhões de plantas, a florestação de 15 mil hectares por ano e ao nível das receitas para o Estado, cerca de 7,5 milhões de euros de contribuição para a Segurança Social.

O Programa NEMÁTODO, envolvendo todos os agentes do sector, deveria atribuir às Organizações de Produtores Florestais, a prospecção da doença, às empresas de exploração florestal com capacidade técnica de execução, as operações no terreno, à indústria, o processamento prioritário da madeira infectada e ao Estado, a fiscalização.
Estas acções, associadas aos períodos de tempo necessários, pretendem a restrição da doença, apenas com prospecção e divulgação de informação, um maior controlo e uma redução da despesa pública (as próprias empresas, sabendo da limitação no uso da matéria-prima, ajudariam na prospecção sem custos implícitos) e a oportunidade de revitalizar o sector, uma vez que o volume de madeira infectada equivale a uma perda de 40 milhões de euros e de 11.000 hectares de pinheiro bravo, sendo que a este está subjacente cerca de 16,5 milhões de euros necessários para reflorestação, com um esforço logístico no mínimo de 33 mil horas de máquina, 44 mil jornas de pessoal e cerca de 14 milhões de plantas.

O Programa CANCRO RESINOSO DO PINHEIRO, em que a detecção e eliminação das zonas afectadas pelo Fusarium circinatum devem considerar inspecções fitossanitárias atempadas e equacionar protocolos com o maior número possível de laboratórios, permitindo tempo de resposta às análises que advenham das amostras recolhidas.
A selecção de plantas e destruição das mesmas implica ter em atenção a difusão do fungo, pelo que deve ser evitado o período invernal, acautelando que o vento ou a chuva sirvam de agente dispersor da praga.

Qualquer limitação que advenha da transposição da Decisão Comunitária deve salvaguardar que os viveiros não fiquem impedidos de comercializar plantas, podendo assim contratualizar com outros fornecedores de material de reprodução florestal, evitando a falência de inúmeras empresas.
Este programa, cujo propósito remete à manutenção das boas condições sanitárias das sementes e plantas, ao planeamento das produções, à responsabilização de autoridades e viveiristas e à manutenção de postos de trabalho, deve ainda prever um plano de apoio à destruição de plantas infectadas, que deverá cobrir os custos de mão-de-obra, o material de desinfecção das instalações e material, a abertura de covas, a maquinaria utilizada e o preço da planta.





Lisboa, 16 de Dezembro de 2009

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