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Uma em cada seis espécies vegetais das florestas de mangais que crescem na costa dos trópicos está ameaçada. Um relatório novo revela que quarenta por cento das espécies na região da América Central estão ameaçadas.
O artigo foi publicado dia 9 de Abril na revista online PLoS ONE. As 70 espécies que compõem os mangais de todo o mundo foram avaliadas quanto à área de distribuição, perda de habitat e capacidade de propagação. Destas, onze foram consideradas estando vulneráveis, em perigo de extinção ou em perigo crítico de extinção.
O estudo foi dirigido pela Unidade para a Avaliação Global das Espécies Marinhas (GMSA – sigla em inglês). Um grupo que faz parte da Unidade de Avaliação da Biodiversidade, uma iniciativa conjunta entre a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e a Conservação Internacional, que recrutou especialistas em mangais para realizar a investigação.
“A perda potencial destas espécies é um sintoma da destruição e da exploração das florestas de mangais”, disse Beth Polidoro, num comunicado de imprensa da IUCN. “Os mangais são um dos habitats tropicais mais importantes, são o suporte para várias espécies, e a sua diminuição pode afectar a biodiversidade terrestre e marinha de uma forma muto mais abrangente”, explicou a primeira autora do artigo, que trabalha na Universidade de Old Dominion, na Virgínia, nos Estados Unidos e faz parte da GMSA.
Para além da região da América Central, o Sudeste asiático é outra zona de muita pressão para estas florestas.
As florestas de mangais crescem na linha costeira das regiões tropicais e sub-tropicais em todo o globo. Estão na fronteira entre um ambiente salino e de água doce, na passagem da zona terrestre para a marinha.
Estas florestas não são ecossistemas ricos em número de espécies, mas cumprem uma série de funções como a protecção da linha costeira da erosão, de tempestades e até de tsunamis. São importantes berçários para muitos animais marinhos. Servem de repositório e de fonte de nutrientes e são um forte sumidouro de carbono.
Estima-se que anualmente o custo do trabalho a nível de ecossistema feito pelos mangais ronde 1,18 mil milhões de euros. Mas este trabalho vai diminuindo à medida que a cobertura vai sendo reduzida de tamanho em todo o mundo devido à desflorestação para utilização da madeira e para ocupação do espaço com viveiros de peixes.
De todas as espécies analisadas a Sonneratia griffithii e a Bruguiera hainesii são as duas mais ameaçadas. A primeira vive na Índia e Sudeste asiático e perdeu 80 por cento do seu habitat nos últimos 60 anos. Da segunda, existem menos de 250 árvores adultas vivas no Sudeste asiático.
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