CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
Auditório do Colégio do Espírito Santo, Universidade de Évora, 11 de Maio 2012
A Micologia é uma das áreas menos conhecidas e divulgadas, mas nem por isso menos importante para conservação e manutenção dos ecossistemas. Paralelamente tem crescido o interesse pela exploração dos recursos micológicos e são múltiplos os apelos à execução de palestras e espaços de discussão desta temática.
A conferência “O mundo oculto dos cogumelos” reunirá um leque de especialistas que abordarão diversos temas de Micologia (divulgação, associativismo, conservação, exploração, gestão e regulamentação) de forma apelativa com o objectivo de atingir, sensibilizar e informar os participantes sobre esta temática.
Os cogumelos gozam de um lugar cativo no imaginário colectivo das sociedades, desde as histórias de fadas até à gastronomia gourmet, constituindo por isso a micologia um tópico aliciante quer para profissionais, quer para amadores.
Tal como os frutos produzidos pelas plantas, os cogumelos são estruturas reprodutoras produzidas por fungos, durante uma fase do seu ciclo de vida, e que representam a única parte visível destes mesmos seres vivos. Mas nem todos os fungos possuem estruturas reprodutoras macroscópicas (ou visíveis a olho nu) e como tal o termo cogumelo frequentemente aplica-se apenas às estruturas reprodutoras formadas durante a reprodução sexuada em alguns grupos de fungos, nomeadamente nos Basidiomycota e Ascomycota.
Estimativas recentes apontam para a existência de aproximadamente 1,5 milhões de espécies de fungos em todo o mundo, das quais cerca de 55000 são produtoras de cogumelos (macrofungos). Esta enorme diversidade faz do reino Fungi um dos maiores grupos de organismos conhecidos, podendo ser encontrados praticamente em todos os habitats naturais e semi-naturais, desde as florestas tropicais às planícies geladas da Antárctida. Contudo é nos ecossistemas florestais onde estes encontram o seu óptimo ecológico, ou seja, as condições ideais para se instalarem. Estas condições diferem de espécie para espécie e estão relacionadas, principalmente, com o seu modo de nutrição.
À semelhança dos animais e contrariamente às plantas, os fungos, não possuem clorofila e são por essa razão incapazes de produzir o seu próprio alimento, dependendo de outros seres vivos ou de matéria orgânica para obter a energia e os nutrientes de que necessitam. No entanto, os fungos não possuem os sistemas nem os órgãos especializados característicos da maioria dos animais e não partilham da sua mobilidade estando geralmente confinados num substrato (p. ex. no solo, em troncos, restos vegetais e animais). Como resultado adoptaram diversas estratégias nutricionais podendo: alimentar-se dos nutrientes que extraem da decomposição dos substratos que colonizam (fungos sapróbios), parasitar animais e ou plantas para conseguirem retirar os nutrientes essenciais para o seu metabolismo (fungos parasitas) ou estabelecer relações de simbiose com a maioria das plantas, facilitando a absorção de água e nutrientes para a planta e recebendo em troca os nutrientes de que necessitam (fungos micorrízicos).
Programa e inscrições aqui: