A jornada de 30 de Setembro, a primeira deste Outono que ainda parece Verão, foi dedicada a duas actividades distintas: apanha de bolotas e castanhas e arranque/descasque de mimosas.
Como já foi explicado no artigo de apresentação das jornadas de Outono, este ano planeamos fazer uma sementeira importante de bolotas, aproveitando o facto de a produção ser elevada, embora a intensa seca que estamos a viver esteja já a comprometer a produção de muitas árvores. Deste modo, têm que se seleccionar árvores com bolotas em bom estado, de maneira a melhorar a viabilidade das sementes.
A equipa começou pelos carvalhos da Quinta das Tílias, progredindo em direcção ao ribeiro, onde se apanharam também castanhas nos castanheiros que residem nas margens. Embora severamente afectados na Primavera pela “nova” vespa-das-galhas-dos castanheiros, no Verão as árvores recuperaram, lançaram novas folhas já não afectadas e acabaram por dar uma produção interessante.
Depois de atravessar o ribeiro, onde ainda corre um fio de água, a equipa seleccionou alguns dos melhores carvalhos, um deles o maior da zona, onde valeu a pena ir só para o contemplar, e aí concluiu esta parte da colheita.
Ainda durante a manhã deslocámo-nos à zona da Ponte Nova, onde alguns carvalhos eram já conhecidos pela sua generosidade. E generosa foi também a sombra e o ambiente proporcionado por aquelas grandes árvores durante o período de paragem para o almoço.
À tarde a equipa deslocou-se até ao Feridouro, para apanhar bolotas debaixo dos grandes carvalhos junto ao Vale de São Francisco, e depois nos do Cortinhal. No Vale de São Francisco uma nascente ainda pingava uma água preciosa, mas pareciam ser mesmo os últimos pingos de um Verão que teima em não terminar.
Já a tarde ia adiantada quando se deu a colheita por terminada e se passou a um trabalho diferente, para diversificar: na zona da Chousa (a jusante do Feridouro), descascaram-se e arrancaram-se mimosas em torno do ribeiro. Esta zona é preciosa, mas encontrava-se muito invadida de grandes mimosas (que foram entretanto removidas), sendo agora necessário não deixar crescer muito as imensas plantas que, talvez mais originadas por rebentamento de raízes do que por germinação de sementes, vão aparecendo e crescendo rapidamente. Nalguns casos tiveram que se fazer equipas de dois, três, ou mesmo quatro voluntários para arrancar algumas mimosas mais agarradas. Foi um bom exercício, onde se esgotaram as energias do dia.
Quanto às bolotas e castanhas apanhadas, estima-se em 100 kg a quantidade recolhida. Estas sementes foram depois seleccionadas, limpas e colocadas numa câmara frigorífica para manterem boa capacidade germinativa até ao momento de poderem ser semeadas. Com o tempo quente e seco que tem estado, as bolotas perdem rapidamente a capacidade germinativa se não forem guardadas num ambiente de elevada humidade. Por outro lado, a baixa temperatura da câmara atrasa a germinação, garantindo que, ainda que sejam semeadas só em Novembro ou Dezembro, se encontram em boas condições. No entanto também não devemos atrasar demasiado a sementeira pois quanto mais tarde, maior é a pressão predatória. Novembro, será o mês mais próprio.
Obrigado a todos os voluntários. As jornadas de Outono continuam já no próximo Sábado!
Paulo Domingues
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