Publicado em 01 de Maio de 2014.
A Asian Pulp and Paper (APP), uma das maiores empresas de produção de papel do mundo, vai apoiar a conservação de um milhão de hectares de floresta tropical na Indonésia, como forma de reduzir o impacto que provoca com a sua actividade no habitat de espécies ameaçadas como o orangotango, o elefante e o tigre.
Contudo, os peritos ambientais e as organizações conservacionistas indicam que os planos da gigante asiática serão difíceis de implementar e não vão resolver o problema da destruição do habitat dos animais.
O projecto de conservação a APP envolve a criação e protecção de corredores de vida selvagem para as espécies, permitindo que estas se desloquem entre áreas distintas sem que os seus habitats sejam destruídos pela actividade madeireira, bem como a criação de zonas tampão, de modo a que os seus habitats sejam menos atingidos pelos madeireiros em pelo menos nove áreas da Indonésia, refere o Guardian. A área de um milhão de hectares que vai ser protegida é o equivalente à área florestal destruída pela APP no último ano.
A APP tem sido alvo de vários protestos da Greenpeace e outras organizações devido às suas actividades, que incluem o alegado uso de espécies de árvores ameaçadas nos seus produtos. Como resposta, a empresa introduziu no último ano uma política de conservação das florestas.
Esta acção de conservação a implementar na Indonésia faz parte desta política. “Tornou-se claro que a chave para o sucesso de quaisquer esforços para travar a desflorestação na Indonésia é uma abordagem a nível da paisagem para a restauração e conservação florestal. A terra não pode ser conservada ou restaurado em isolamento – a sustentabilidade de todo o meio envolvente deve ser considerada”, indica a directora de sustentabilidade da APP, Aida Greenbury.
Apesar de já ter apresentado o projecto, a APP não indicou o montante que vai investir neste plano de conservação.
A Greenpeace congratulou já a iniciativa mas alertou para os impactos limitados do plano. “Este compromisso é uma boa notícia mas o caminho para abordar o desflorestação pelo qual a empresa foi anteriormente responsável é longo”, afirma Andy Tait, conselheiro da Greenpeace.
Foto: airfund / Creative Commons
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