quinta-feira, 26 de julho de 2007

Proença-a-Nova projecta-se no Protocolo de Quioto


Proença-a-Nova projecta-se no Protocolo de QuiotoInvestir na floresta as mais-valias da retenção de carbono
A Câmara de Proença-a-Nova vai investir as mais-valias criadas no concelho com a retenção de carbono na valorização da floresta. Segundo João Paulo Catarino, presidente da autarquia, "Está quase concluído um estudo que quantifica o carbono que é retirado da atmosfera na área do nosso concelho graças à floresta", através do processo de fotossíntese, e também "a quantidade de energia renovável aqui produzida", como a energia éolica. A capacidade de retenção e armazenamento do carbono pelas florestas a longo prazo está prevista no Protocolo de Quioto, segundo o qual pode ser contabilizada para cumprir os objectivos a que os países signatários se comprometem no período de 2008-2012.
Ao ser produzida sem recurso a combustíveis fósseis, a energia de fontes renováveis contribui para reduzir as emissões de gases de efeito de estufa, designadamente os derivados do carbono.

"No fim, fazemos as contas e mostramos com quantas toneladas de carbono o concelho de Proença-a-Nova contribui todos os anos para despoluir o país e o mundo", explicou o autarca. Além de demonstrar o contributo das florestas locais para o bem-estar global, a Câmara quer aproveitar o estudo para obter a certificação ambiental de "concelho verde", o que poderá trazer vantagens em termos turísticos. "Pretendemos também vender no mercado próprio os créditos obtidos com as toneladas de carbono que sequestramos, para investir depois as receitas obtidas na prevenção e vigilância da nossa floresta", adiantou. O estudo, intitulado "Carbono Mais", vai ser apresentado em Setembro e "vai detalhar os valores que estão em jogo". Ao abrigo do protocolo de Quioto, Portugal não poderá ultrapassar em mais de 27 por cento as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) no período de 2008-2012, tendo 1990 como ano de referência. No entanto, Portugal já ultrapassou esta meta, estimando-se que, a manter-se a tendência de crescimento das emissões, em 2010 esteja 39 por cento acima do objectivo, sendo por isso obrigado a recorrer aos mecanismos de flexibilização previstos no protocolo. Entre estas medidas, contam-se os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), que pressupõem investimentos em projectos de energias renováveis nos países em vias de desenvolvimento, ou a Implementação Conjunta (IC), que se refere à cooperação entre países desenvolvidos. Os investimentos são feitos através do Fundo Português de Carbono, que poderá ainda apoiar projectos, em Portugal, que conduzam a uma redução de emissões de gases com efeito estufa. O efeito de estufa, que provoca o aquecimento global do planeta, tem-se acentuado devido ao aumento das emissões de gases resultantes das acções humanas. Durante os últimos 200 anos, a queima de combustíveis fósseis e a destruição das florestas, entre outros factores, fizeram com que, nem a fotossíntese, nem outros métodos de sequestro de carbono da atmosfera, tenham ainda conseguido compensar as quantidades emitidas para a atmosfera.
25-07-2007
Ka /Lusa

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