A Amazónia, “pulmão verde” do planeta, perde todos os anos um território equivalente a mais de um terço da Bélgica devido ao avanço das pastagens ilegais, do cultivo de soja e da exploração madeireira.O sinal de alarme soou em 2004, quando a desflorestação atingiu um pico histórico de 27.429 quilómetros quadrados, praticamente a superfície da Albânia. O Governo reagiu e a desflorestação diminuiu 59 por cento em três anos. Mas as operações policiais espectaculares, a utilização de satélites, o aumento das multas e a criação de reservas não são suficientes. No início deste ano, o abate de árvores voltou a aumentar, impulsionado pelos preços elevados da soja e da carne, produtos dos quais o Brasil é um dos maiores exportadores.“A luta contra a desflorestação enfrenta grandes desafios: a ausência do Estado numa região tão vasta e isolada e mecanismos económicos insuficientes para beneficiar as actividades sustentáveis”, comentou Sérgio Guimarães, coordenador do Instituto Centro de Vida, especializado em estudos sobre sustentabilidade.“Dizem-nos para protegermos as nossas árvores, porque são o nosso ganha-pão. Mas os exploradores florestais chegam, invadem as nossas terras, destroem-nas e ganham muito dinheiro”, lamentou Manoel Carvalho de Paola, numa pequena comunidade isolada no coração da Amazónia, perto do rio Aripoana, zona recentemente protegida.Em Agosto, o Presidente brasileiro Luiz Inacio Lula da Silva lançou o Fundo Amazónia, destinado a recolher donativos internacionais contra a desflorestação. O primeiro donativo foi mil milhões de dólares (cerca de 774 milhões de euros) da Noruega.A Amazónia conta com cinco milhões de quilómetros quadrados de floresta, 15 por cento dos quais desflorestados nos últimos 30 anos, e 22 milhões de habitantes. Na semana passada, especialistas reunidos na conferência Amazónia em Perspectiva, em Manaus, alertaram que esta floresta deixará de existir se mais de 30 por cento for destruída. “Se 50 por cento de toda a Amazónia for desmatada, um novo estado de equilíbrio vai existir no bioma”, comentou Gilvan Sampaio, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, citado pelo jornal “Folha de São Paulo”. Hoje aproximadamente 20 por cento de toda a floresta Amazónica já desapareceram. Pode chegar aos 50 por cento até meados do século, segundo um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais. Ultima Hora
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