A Quercus e a Associação Árvores de Portugal contestaram, ontem, o modo "incorreto" como a Câmara de Sintra tem executado, nas últimas semanas, as podas de centenas de árvores na vila, deixando-as "despidas", acusações que são rejeitadas pela autarquia.
As duas associações ambientalistas mostraram-se "indignadas" com a falta de conhecimento dos serviços camarários que prosseguiram o trabalho do corte de ramos com diâmetro superior a oito centímetros, ignorando o facto de ser desaconselhado pelos técnicos.
"As intervenções realizadas evidenciam uma preocupante falta de conhecimentos na área da arboricultura. Seria de esperar, de uma edilidade como a de Sintra, vila que é Património da Humanidade, maior profissionalismo na gestão dos seus espaços verdes", afirmaram a Quercus e a Associação Árvores de Portugal em comunicado.
Contactada pela agência Lusa, fonte da Câmara de Sintra disse que o procedimento autárquico deste ano é "exactamente igual ao de anos anteriores", não havendo motivos para contestações.
"A Câmara está a proceder à poda das árvores nos mesmos termos que tem feito nos últimos anos, por isso não se compreende que este ano haja esta contestação", disse a mesma fonte, sublinhando ainda que se tratam de algumas dezenas de árvores e não de centenas, como referem as organizações ambientais.
Reduz valor patrimonial
As organizações referem ainda que os cortes nas copas e troncos das árvores foram "incorrectos" porque destruíram os ramos que já estavam cobertos de folhas, sublinhando que "mesmo se houvesse uma necessidade de poda, a Primavera não é a estação do ano mais indicada para o fazer".
"Entre outras consequências nefastas, esta prática reduz o valor patrimonial das árvores, diminui a sua longevidade e aumenta o risco de acidentes por originar pernadas com menor resistência", sustentam.
A Quercus e a Árvores de Portugal consideraram ainda "incompreensível" que esta situação aconteça num concelho que apela a que a sua vila seja eleita como uma das Maravilhas Naturais de Portugal. In JN
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