O futuro do montado de sobro e azinho na bacia do Mediterrâneo pode estar dependente da genética. A esta conclusão chegaram investigadores da Universidade de Huelva depois de se terem descoberto árvores que continuam vivas em zonas muito castigadas pela doença, a que se convencionou designar "seca".
Pela primeira vez existe a possibilidade de caracterizar geneticamente as árvores mais resistentes. Esta opção é encarada como um caminho possível para superar as consequências mais nefastas da doença que afecta extensas áreas de montado na Península Ibérica.
A clonagem de árvores saudáveis suscitou grandes expectativas no mundo científico partindo do princípio que a doença provocada pelo organismo patogénico "Phytophthora cinnamomi"é quase impossível de eliminar.
Isto mesmo veio dizer o presidente do Fórum Para a Defesa e Conservação do Montado - Encinal, José Luis García-Palacios, na passada segunda-feira, durante o debate realizado no âmbito das actividades da cooperação transfronteiriça entre o Alentejo, a Extremadura e a Andaluzia, que decorreu na Ovibeja.
Uma das iniciativas em curso na Universidade de Huelva, e que conta com a participação de investigadores espanhóis e portugueses que vão fazer a selecção de azinheiras e sobreiros passa pela selecção de exemplares que apresentem um alto grau de resistência/tolerância ao elemento patogénico Phytophthora cinnamomi.
Este organismo é o principal causador da doença que, ao longo das últimas décadas, matou muitas centenas de milhar de azinheiras e sobreiros em todo o sudoeste da Península Ibérica. 30.04.2008, Carlos Dias, Público
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