COMUNICADO DE IMPRENSA
24 DE SETEMBRO DE 2016
Quercus exige a intervenção imediata do governo português
Conselho de Segurança Nuclear espanhol deu parecer favorável à construção de um armazenamento individualizado de resíduos nucleares na central nuclear de Almaraz
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Segundo notícia divulgada pela Agência Europa Press, o Conselho de Segurança Nuclear espanhol deu parecer favorável ao projecto apresentado pelo consórcio Iberdrola, Endesa Generación e Gas Natural, que explora a Central Nuclear de Almaraz, para executar e montar um armazenamento individualizado (ATI) de resíduos nucleares junto a esta Central, localizada na Extremadura Espanhola, junto à fronteira com Portugal. Para a Quercus este é um perigoso sinal de que existem fortes movimentações em Espanha para que a Central não encerre no prazo definido, sendo fundamental que o Governo Português actue com celeridade e mais firmeza, no sentido de serem acautelados os interesses nacionais, e colocado em marcha um plano de desmantelamento da estrutura e descontaminação do local.
A Quercus considera que esta decisão tomada pelo Conselho de Segurança Nuclear espanhol é inadmissível, uma vez que abre a porta a um novo prolongamento do prazo de vida da Central Nuclear Nucear de Almaraz, que já deveria ter encerrado em 2010. Com efeito, esta Central, que está já a funcionar desde o início dos anos 80, acabou por não encerrar na data prevista – Junho de 2010 - devido ao facto do Governo Espanhol ter, contrariamente às anteriores intenções, prolongado o prazo de funcionamento da Central por mais 10 anos, até Junho de 20.
Para além dos problemas mais recentes noticiados com a Central Nuclear de Almaraz, de que são exemplo a existência de peças defeituosas nos seus geradores de vapor, as duas avarias nos motores das bombas de água e a falta de garantia que o sistema de arrefecimento da Central possa funcionar normalmente, é importante recordar que a Central de Almaraz tem tido outros incidentes com regularidade, existindo situações em que já foram medidos níveis de radioactividade superiores ao permitido.
Portugal pode vir a ser afectado, caso ocorra um acidente grave, quer por contaminação das águas, uma vez que a central se situa numa albufeira afluente do rio Tejo, quer por contaminação atmosférica, pela grande proximidade geográfica existente. Para além disto, Portugal não revela estar minimamente preparado para lidar com um cenário deste tipo, pelo que a acontecer um acidente grave, isso traria certamente sérios impactes imediatos para toda a zona fronteiriça, em especial para os distritos de Castelo Branco e Portalegre.
Uma vez mais, a Quercus junta-se a diversas associações ecologistas e movimentos espanhóis e portugueses que lutam pelo encerramento desta central nuclear, que fica situada junto ao rio Tejo, na província de Cáceres, a cerca de 100 km da fronteira com Portugal, e exige que o Governo Espanhol cumpra com as suas promessas de abandono gradual da energia nuclear e tome a decisão de encerrar imediatamente esta Central.
Espera igualmente que o projecto de resolução sobre este assunto, aprovado por unanimidade na Assembleia da República Portuguesa e a enorme jornada de mobilização ibérica que decorreu a 11 de Junho em Cáceres, leve de uma vez por todas a que o Governo Português abandone a passividade e a inacção e tome a iniciativa de, junto das autoridades espanholas, solicitar esclarecimentos sobre esta situação, exigindo o encerramento imediato da Central Nuclear de Almaraz.
Lisboa, 24 de Setembro de 2016
A Direcção Nacional da
Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza
As Direcções dos Núcleo Regionais de Portalegre e de Castelo Branco da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza
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Para mais informações contactar:
Nuno Sequeira, Vogal da Direcção Nacional da Quercus - telemóvel 93 778 84 74
João Branco, Presidente da Direcção Nacional - telemóvel 93 778 84 72
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