domingo, 4 de setembro de 2016

Jornada do 10º aniversário

E assim se completam 10 anos de trabalho no Cabeço Santo! A jornada foi invulgar, mas não no sentido que se esperava: esperavam-se algumas caras de participantes de há 10 anos mas eles andam já por caminhos distintos, e em vez deles tivemos dois voluntários estreantes; esperava-se voltar às áreas onde se realizaram os primeiros trabalhos, em vez disso andámos por áreas onde os trabalhos não têm mais de um ano… De facto os planos acabaram por ser determinados, uma vez mais, pelas características deste Verão – quente e seco – acentuados pela previsão para a próxima semana de mais um evento meteorológico extremo e pela falta de chuvas no horizonte previsível.
E assim foi que a segunda rega do ano se realizou. Depois da acidentada jornada de 23 de Julho, usámos toda a experiência adquirida para garantir que nesta tudo corresse sobre rodas: desde o depósito emprestado devidamente preso à caixa da carrinha, ao cómodo abastecimento num tanque particular do Feridouro (obrigado aos proprietários!), ao detalhe fundamental da torneira na extremidade da mangueira. Também se optou por começar a montante, junto aos portões da mata da Altri, avançando para jusante, o que funcionou muito bem.
Os cinco voluntários dividiram-se entre os regadores e o manuseamento da mangueira, e os trabalhos progrediram durante a manhã, animados pelo bom aspecto das árvores plantadas nessa primeira área. Junto ao ribeiro foram os freixos, alguns já com mais de um metro de altura, que suscitaram mais admiração. À medida que se progredia para jusante, o terreno ficava mais inclinado… e as temperaturas mais elevadas. Pelas 13 horas já se tinham distribuído os 1000 litros do depósito, e deu-se por concluída a rega a montante do Feridouro, só não se conseguindo regar uma dúzia de árvores.
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A rega iniciou-se a jusante dos portões da mata da Altri, entre as preciosas árvores plantadas e os rebentos de eucalipto sobreviventes
O almoço foi especial, graças aos 10 anos comemorados, e incluiu uma fracção bem significativa de produtos biológicos, e ainda um bolo caseiro, da autoria de uma voluntária de bastidores. O ambiente também foi especial, a casa do voluntário Jorge Morais, ou melhor, a sombra de uma tangerineira do jardim, ao som relaxante da água da nascente do Vale de Barrocas…
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O bolo comemorativo. Infelizmente só podemos partilhar o aspecto…
Mas claro, o dia estava quente e havia que tomar uma boa sesta. O local escolhido foi uma pequena mancha de grandes carvalhos que fica ali perto, entre as folhas secas e as copas verdes. Creio que todos se sentiram revigorados pela “energia” desse local, pelo que o regresso ao trabalho se fez sem demasiado esforço, apesar do calor. Cheio o depósito, recomeçou-se a jusante do Feridouro, no terreno lavrado em socalcos. Embora aqui se observassem mais baixas do que na primeira área, também havia árvores com muito bom aspecto. Nas margens do ribeiro ainda a mancha de mimosas, à espera de uma prometida intervenção…
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À tarde, os trabalhos recomeçaram nos socalcos
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Excelente medronheiro, num solo “terrível”!
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Vista para montante da área de trabalho
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Ao longo do ribeiro, ainda as mimosas; nas encostas em segundo plano o extenso eucaliptal, intensamente cortado este ano
Já a tarde se encaminhava para o fim, quando a equipa abraçou a última área, entre a Chousa e a represa. Na encosta da Chousa, muito inclinada e pedregosa, apesar de algumas baixas, os medronheiros e os sobreiros sobreviventes encontravam-se muito bem. Já eram quase 19 horas quando se chegou ao limite da área de intervenção, nas margens da represa. Felizmente a água do segundo depósito de 1000 litros chegou à justa para regar as últimas árvores, que por sinal se encontravam muito vistosas, apesar do estado anterior do terreno, densamente ocupado por mimosas e eucaliptos.
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Louva-a-Deus
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Por esquecimento do tripé de serviço, uma primeira foto dos participantes…
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… e a segunda, para que ninguém fique de fora
Tiraram-se poucas fotos neste dia de aniversário, pois que as mãos andaram intensamente ocupadas com a rega, mas não deixou por isso de ser um dia especial, onde se semeou determinação e confiança para o futuro do projecto. E tantos são os desafios, já para o próximo ano! Por isso se voltará ao terreno ainda antes do final do Verão, este Verão que tantos trabalhos e sobressaltos nos trouxe, mas que está prestes a chegar ao fim para dar lugar ao mais sereno Outono. Vamos continuar em ambiente de celebração até Outubro, pelo que quem não pôde vir a esta jornada ainda está a tempo de se juntar. Até dia 17! E obrigado aos voluntários desta jornada, apesar do privilégio que tiveram, mas que tantas energias lhes exigiu!
Paulo Domingues

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