sábado, 7 de fevereiro de 2009

Primeiro Atlas Total da Flora Europeia poderá estar concluído dentro de cinco anos


02.02.2009
PÚBLICO

Uma equipa de mais de uma centena de especialistas de toda a Europa está a desenvolver o Primeiro Atlas Total da Flora Europeia. A obra pretende responder a questões como: Quantas espécies de plantas existem na Europa? Quantas estão em risco de extinção? Em que condições existem? Em que quantidade?

O trabalho foi iniciado há já cerca de nove anos, tendo já sido publicados alguns volumes desta vasta obra. Faltam ainda cerca de cinco anos, segundo as previsões dos peritos, para concluir este mapeamento total da Flora Europeia. “Este Atlas exige um trabalho meticuloso e moroso, passando pela introdução de toda a informação das espécies existentes, da raridade ou abundância das espécies, e da ameaça de extinção, entre outros dados”, explica o coordenador do grupo de pesquisa em Portugal, António Xavier Pereira Coutinho, do Departamento de Botânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Num comunicado divulgado hoje o investigador sublinha a importância da obra argumentando que “constitui uma das bases para o conhecimento da biodiversidade da Europa e para muitos estudos para aplicações das plantas, das quais um número significativo tem um elevado interesse medicinal e farmacêutico”. O mapeamento, adianta, pode ajudar a perceber, através do estudo de diversos indicadores, como o clima está a mudar a nível mundial, como os glaciares estão a evoluir, etc. “A acção humana recente nomeadamente no que se refere à construção civil e à poluição, bem como actividades tradicionais como a pastorícia e os fogos florestais estão a ameaçar várias espécies de plantas, essenciais para o equilíbrio do mundo da biodiversidade porque cada espécie tem um património genético irrepetível”, acrescenta António Xavier Pereira Coutinho.

Segundo o comunicado, a “mega equipa” internacional já rastreou cerca de um terço das plantas, e está actualmente a tratar as Rosaceae, “uma família importante a nível ecológico e, inclusivamente, económico, pois inclui numerosas plantas ornamentais (como as rosas), e alimentícias (como as pereiras, macieiras, ameixieiras, cerejeiras, morangueiros, etc.)”. O trabalho de recolha de dados exige que se percorra todos os herbários da Europa e se confirme a informação existente (classificação das plantas, a data de colheita, o lugar de existência, etc.). O tratamento da informação recolhida está a ser feito em Helsínquia, onde os dados enviados são coligidos e serão publicados.

Dirigida essencialmente à Comunidade Científica, “a informação fornecida a Helsínquia serve também para o Comité Internacional (“The Committee for Mapping the Flora of Europe”, em colaboração com a “Societas Biologica Fennica Vanamo”) apontar medidas para, por exemplo, salvar espécies em perigo de extinção sublinha António Pereira Coutinho. Em paralelo a este trabalho, o docente da FCTUC integra, também, a Comissão responsável pela elaboração do Livro Vermelho da Flora Portuguesa, onde se procede à catalogação das espécies ameaçadas no nosso país. Ecosfera


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