Bactérias que vivem nos musgos das árvores são mais efectivos a fixar o nitrogénio do que as que se encontram no chão
2011-06-09
Num novo estudo dirigido por Zoë Lindo, do Departamento de Biologia da
Universidade de McGill, e Jonathan Whiteley, do mesmo departamento,
mostra-se que as árvores mais antigas e maiores podem ser muito
importantes para ajudar as florestas a crescer.
Estes resultados, publicados na revista «Plant and Soil»,
sublinham a importância das árvores mais antigas nas florestas de clima
temperado. A interacção entre árvores velhas, musgo e cianobactérias
contribui para a dinâmica de nutrientes de uma forma que pode sustentar a
produtividade a longo prazo dessas florestas.
“O que estamos a fazer”, explica a investigadora Zoë Lindo, “é dar um contexto a essas árvores, olhando-as como parte integrante da floresta”. E estão a descobrir estas têm um papel importante: “providenciam habitat para algo que providencia habitat para outra coisa que fertiliza a floresta. É o efeito dominó, pois sem estas árvores nada se desenvolvia”.
Há três jogadores nesta história: as grandes árvores antigas, o musgo
que cresce nos seus galhos e o grupo de bactérias chamadas
cianobactérias associadas ao musgo. As cianobactérias captam nitrogénio
da atmosfera e tornam-no disponível para as plantas, processo chamado de
fixação de nitrogénio que muito poucos organismos conseguem realizar.
O crescimento e o desenvolvimento de muitas florestas são limitados
pela disponibilidade de nitrogénio. Através da recolha de musgos no chão
da floresta e nas copas das árvores (entre os 15 e os 30 metros de
altura), os investigadores perceberam que as cianobactérias são mais
abundantes em musgos elevados e que estas fixam o dobro do nitrogénio do
que as que se encontram ao nível do chão.
São, assim, necessárias árvores grandes e suficientemente velhas para
terem musgo acumulado, visto que muitas só começam a acumular o musgo
depois dos 100 anos de idade. As árvores analisadas tinham entre 500 e
800 anos. Retirado daqui:
Nenhum comentário:
Postar um comentário