terça-feira, 14 de junho de 2011

Árvores velhas são fundamentais para o crescimento das florestas

Bactérias que vivem nos musgos das árvores são mais efectivos a fixar o nitrogénio do que as que se encontram no chão

2011-06-09
Carvalho antigo coberto de musgo
Carvalho antigo coberto de musgo
Num novo estudo dirigido por Zoë Lindo, do Departamento de Biologia da Universidade de McGill, e Jonathan Whiteley, do mesmo departamento, mostra-se que as árvores mais antigas e maiores podem ser muito importantes para ajudar as florestas a crescer.
Estes resultados, publicados na revista «Plant and Soil», sublinham a importância das árvores mais antigas nas florestas de clima temperado. A interacção entre árvores velhas, musgo e cianobactérias contribui para a dinâmica de nutrientes de uma forma que pode sustentar a produtividade a longo prazo dessas florestas. 
“O que estamos a fazer”, explica a investigadora Zoë Lindo, “é dar um contexto a essas árvores, olhando-as como parte integrante da floresta”. E estão a descobrir estas têm um papel importante: “providenciam habitat para algo que providencia habitat para outra coisa que fertiliza a floresta. É o efeito dominó, pois sem estas árvores nada se desenvolvia”.
Há três jogadores nesta história: as grandes árvores antigas, o musgo que cresce nos seus galhos e o grupo de bactérias chamadas cianobactérias associadas ao musgo. As cianobactérias captam nitrogénio da atmosfera e tornam-no disponível para as plantas, processo chamado de fixação de nitrogénio que muito poucos organismos conseguem realizar.
O crescimento e o desenvolvimento de muitas florestas são limitados pela disponibilidade de nitrogénio. Através da recolha de musgos no chão da floresta e nas copas das árvores (entre os 15 e os 30 metros de altura), os investigadores perceberam que as cianobactérias são mais abundantes em musgos elevados e que estas fixam o dobro do nitrogénio do que as que se encontram ao nível do chão.
São, assim, necessárias árvores grandes e suficientemente velhas para terem musgo acumulado, visto que muitas só começam a acumular o musgo depois dos 100 anos de idade. As árvores analisadas tinham entre 500 e 800 anos. Retirado daqui:

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