Política do MAIS POR MENOS põe CONSERVAÇÃO DA NATUREZA em Portugal em perigo!
A
LPN - Liga para a Protecção da Natureza enviou hoje carta à Ministra do
Ambiente a partilhar as sérias inquietações da associação relativamente
ao Plano de Reestruturação do MAMAOT que sugere relativamente à
implementação da política e da gestão da Conservação da Natureza em
Portugal, dividir as suas competências pela Direcção-Geral da
Conservação da Natureza e Florestas, Agência Portuguesa para o Ambiente,
a Água e a Acção Climática e as Direcções Regionais de Agricultura e
Pescas. A LPN receia que a descentralização das competências na área da
Conservação da Natureza levará à incapacidade da implementação de uma
estratégia a nível nacional, assim como ao incumprimento de estratégias,
directivas e convenções internacionais, para não referir a própria
gestão e fiscalização das áreas protegidas que se encontram em situação
extremamente fragilizada.
Perante a proposta de "fazer mais com menos",
a LPN salienta, que neste caso específico, o ICNB já se encontrava
subdimensionado para cumprir as suas competências ao nível técnico e
humano e lembra a importância do cumprimento das responsabilidades da
República Portuguesa no que concerne à implementação de acordos e
convenções internacionais (como a Convenção CITES contra o tráfego
internacional de espécies ameaçadas, por exemplo).
A LPN questionou a Senhora Ministra com as seguintes questões específicas:
1. Quem fará a gestão da Rede Fundamental de Conservação da Natureza e da Rede Natura 2000?
2.
Quem será responsável pela implementação da Estratégia Nacional de
Conservação da Natureza e Biodiversidade, e das Convenções
Internacionais?
3.Como
será coordenada a fiscalização das áreas classificadas (Áreas
Protegidas, Sítios e Zonas de Protecção Especial) no território
nacional?
4.
Dos 554 funcionários do actual ICNB, quantos continuarão efectivamente
afectos à gestão da Rede Nacional de Áreas Protegidas e Áreas
Classificadas?
5. Quem fará a gestão das áreas marinhas protegidas?
6. Quem será o responsável directo de cada área protegida e interlocutor próximo com as populações e a sociedade civil em geral?
8. Que papel entende o actual Governo que o Estado deve desempenhar na Conservação da Natureza e Biodiversidade?
7. Que fiscalização terá a nova APA, uma vez que o seu modelo de gestão é claramente susceptível a pressões exteriores?
A LPN vê o momento actual de crise económica como uma oportunidade de
se definirem novos paradigmas relativamente ao uso dos recursos do nosso
planeta, e em que a importância dada à Conservação da Natureza deveria
ter um papel preponderante no desenvolvimento mais harmonioso e na
correcção de muitos excessos cometidos no passado. A sociedade civil
encontra-se agora numa encruzilhada em que necessita de repensar a
utilização e o consumo dos recursos naturais, e portanto é com pesar que
a LPN vê desaparecer do ministério do ambiente um instituto que apesar
da suas fragilidades, tinha uma papel importante na coesão de uma
política de Conservação da Natureza.
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