domingo, 23 de setembro de 2012
Curso de Análise de Incêndios Florestais e Uso do Fogo de Supressão
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>O Território Português, à semelhança dos restantes Países Mediterrâneos, reúne as condições necessárias para a ocorrência de Grandes Incêndios Florestais (GIF), caracterizados por grandes áreas ardidas e por um comportamento extremamente violento do fogo, e que obrigam a uma mobilização e empenhamento de meios nunca antes vistos nos teatros de operações e com custos insuportáveis para um País limitado em recursos pela crise financeira a que se assiste.
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>Neste Verão foi possível constatar, mais uma vez, aquilo para o que muitos investigadores e especialistas têm vindo a alertar, e que dizia respeito aos menores períodos de retorno, recorrência e simultaneidade de GIF no território e cuja intensidade e comportamento do fogo excedem a capacidade de extinção dos meios de combate existentes.
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>À semelhança da realidade verificada noutros Países, existem em Portugal técnicos analistas cuja habilitação e competência se centra na análise do comportamento do fogo e na predição da sua evolução ao longo do tempo e do espaço, através da qual conseguem planear as operações de combate mais seguras, adequadas e eficazes para cada tipo de incêndio. Estes analistas de incêndios florestais possuem uma formação e experiência muito ampla, onde se inclui o estudo da meteorologia associada aos incêndios florestais, uma experiência consolidada na realização de fogo controlado assim como um extenso estudo e análise de casos reais de incêndios florestais.
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>A existência de um reduzido número de técnicos habilitados nesta área tem-se demonstrado insuficiente para possibilitar a existência da figura do técnico analista em incêndios florestais em todo o País, assim como se encontra impossibilitada a sua intervenção numa fase inicial do combate aos incêndios florestais, estando actualmente a sua actuação mais vocacionada para o uso do fogo supressão, designadamente através dos Grupos de Análise e Uso do Fogo.
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>No ano de 2005, com a definição do Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, foram criados os Gabinetes Técnicos Florestais cujas funções se centram no estudo e planeamento das mais variadas medidas com vista à Defesa da Floresta Contra Incêndios, desde a implementação de medidas preventivas até ao apoio ao combate, nos níveis municipal e supra-municipal.
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>O País encontra-se assim dotado de mais de 200 Gabinetes Técnicos Florestais nas Câmaras Municipais, cujos técnicos são o elemento chave na estratégia municipal e supra-municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, conhecedores do território municipal, com uma experiência consolidada em incêndios florestais e em condições de poderem vir a ser habilitados para o desempenho das funções de analistas de incêndios florestais, e a quem se deve exigir a prestação de um imprescindível apoio aos Comandantes das Operações de Socorro no que toca ao processo de tomada de decisão no cenário da ocorrência de um GIF.
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>Neste sentido, e procurando dar resposta à lacuna verificada, alguns técnicos dos Gabinetes Técnicos Florestais do Distrito do Porto, em parceria com uma empresa espanhola de referência, Consultoría Natutecnia S.L., à qual se juntaram técnicos de outros Distritos (Viana do Castelo, Braga, Aveiro, Bragança, Vila Real, Coimbra, Guarda e Leiria), irão participar num Curso de Análise de Incêndios Florestais e Uso do Fogo de Supressão, o qual decorrerá a partir do próximo dia 25 de Setembro no Porto.
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>Com esta formação, devidamente reconhecida pela Autoridade Florestal Nacional para a credenciação em fogo de supressão, será dado o ponto de partida para que seja generalizada, numa escala regional e mesmo nacional, a disponibilidade de técnicos analistas de incêndios florestais para apoio aos Comandantes das Operações de Socorro ao nível da análise e do planeamento da extinção dos incêndios florestais.
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>Especialmente dirigida para os técnicos dos Gabinetes Técnicos Florestais, e com uma duração de 63 horas, a formação incidirá com maior relevância na análise meteorológica, na utilização de simuladores de comportamento do fogo, na análise e avaliação do comportamento do fogo, no planeamento da extinção e em protocolos de segurança, estando também contempladas sessões práticas com vista ao planeamento e execução do fogo de supressão e avaliação dos seus impactos.
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>Neste curso irá também ser abordada a análise de GIF ocorridos no território que, juntamente com a capacitação do ponto de vista operacional dos técnicos no combate aos incêndios florestais, irá permitir uma melhor planificação das acções de prevenção estrutural a implementar ao nível municipal e supra-municipal, concretizando assim uma estratégia de Defesa da Floresta Contra Incêndios mais efectiva.
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>Artur Borges (GTF de Felgueiras)
>Paulo Bessa (GTF de Penafiel) - paulo.bessa@gmail.com
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