NET-BIOME: o «puzzle» que promove a biodiversidade das regiões periféricas da UE

Por Carla Sofia Flores

Fomentar a investigação em biodiversidade das regiões periféricas tropicais e subtropicais da União Europeia (UE), tendo em conta as necessidades e oportunidades conjuntas, é o objectivo principal do NET-BIOME (NETworking tropical and subtropical Biodiversity research in OuterMost regions and territories of Europe in support of sustainable development)

, um projecto com a duração de quatro anos que se iniciou em Março de 2007 e terminará em 2011.

“Este projecto, coordenado pela ilha de Reunião, funciona como um puzzle, em que cada parceiro tem tarefas diferentes, desenvolvendo-se assim um trabalho integrado”, revelou ao Ciência Hoje Cláudia Delgado, responsável pelo ponto focal dos Açores. De acordo com esta investigadora, o NET-BIOME procura “intercalar a informação recolhida por quem faz trabalho de campo com a visão política sobre as linhas de desenvolvimento de cada país”.

Financiado pela UE, o NET-BIOME envolve onze parceiros dispersos em três oceanos e que representam cinco estados-membros, nomeadamente Portugal (Açores e Madeira) Espanha (Ilhas Canárias), Holanda (Antilhas Holandesas), França (Guadalupe, Guiana Francesa, Martinica, Nova Caledónia, a Polinésia Francesa e a Reunião) e os nove territórios ultraperiféricos do Reino Unido.

Partilha e uso racional de recursos

Embora a biodiversidade destes territórios ultramarinos seja fundamental para o seu desenvolvimento económico, enfrenta várias ameaças, desde as alterações climáticas e outros problemas resultantes da actividade humana aos problemas naturais, como é o caso das espécies invasoras. Daí que seja importante a “partilha do know-how e dos resultados das diferentes investigações levadas a cabo nestas regiões ” e o “fomento das parcerias entre as várias regiões no que toca ao acesso às infra-estruturas”, frisou Cláudia Delgado.Ciência Hoje