O presidente francês, Nicolas Sarkozy, reiterou hoje que a União Europeia deve criar um imposto ecológico para reduzir as emissões de carbono tal como a França se prepara para fazer.
"Lutarei para que a Europa adopte um imposto sobre o carbono", afirmou Nicolas Sarkozy, durante o balanço das suas opções económicas em 2009 e apresentação dos projectos para este ano, acrescentando que a França começará a aplicar esse imposto no segundo semestre de 2010.
Segundo Sarkozy, a extensão do imposto ao conjunto da União Europeia poria em pé de igualdade as empresas europeias.
O imposto sobre o carbono que o governo francês havia incluído nos seus projectos para 2010 e que devia ter entrado em vigor no passado dia 01 previa que particulares e empresas pagassem 17 euros por tonelada de CO2 gerada.
No entanto, o Conselho Constitucional anulou a intenção do Governo francês por considerar que o referido imposto não respeitava o princípio da igualdade uma vez que as grandes companhias industriais estavam isentas do pagamento deste novo imposto.
Com essa excepção, o executivo de Sarkozy pretendia que essas grandes empresas não fossem prejudicadas em termos de competitividade em relação a outras empresas de outros países da UE.
Nicolas Sarkozy anunciou hoje que o seu ministro da Ecologia, Jean-Louis Borloo, vai apresentar no próximo dia 20 um novo projecto sobre o imposto do carbono, que ultrapasse os obstáculos constitucionais apontados.
O chefe de Estado afirmou que "Copenhaga é muito melhor que Quioto", comparando o acordo sobre as emissões de substâncias poluentes conseguido nas duas cimeiras, reforçando que, em 1997, só 35 países rectificaram o Protocolo de Quioto, quando na capital dinamarquesa 192 Estados assinaram o texto final.
No seu discurso, Sarkozy referiu ainda "as disparidades monetárias" que valorizaram no último ano o euro face a outras moedas, o que prejudicou a competitividade das empresas dos países da moeda única.
"Esta questão deve estar no centro dos debates internacionais"
Diário Digital / Lusa
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