quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Penela recria rebanho comunitário com apoio de novas tecnologias

Projecto FarmReal foi concebido em parceria com a Universidade de Coimbra e permitirá que qualquer cibernauta adquira uma cabra e acompanhe a produção de leite essencial ao queijo do Rabaçal. "Se eu posso estar no Facebook, o meu animal também pode", diz o investigador António Cunha.
Donos dos animais do futuro rebanho comunitários poderão estar em qualquer lado PAULO RICCA/ARQUIVO

A falta de leite de cabra para produzir queijo certificado do Rabaçal, em Penela, levou a autarquia a investir na recriação de um antigo rebanho comunitário, tirando partido das modernas tecnologias de comunicação.
Integrado na rede Aldeias do Xisto, o lugar de Ferraria de São João, na Serra da Lousã, chegou a ter um rebanho com mais de mil caprinos, mas esta actividade foi-se extinguindo à medida que a desertificação avançava, desde meados do século XX.
Premiado no Brasil, em Setembro, o projeto FarmReal, envolvendo a Câmara de Penela e o Instituto Pedro Nunes (IPN) da Universidade de Coimbra, visa "contribuir para a conservação de uma actividade tradicional" com peso económico nos territórios de baixa densidade demográfica da Região Centro.
O queijo com Denominação de Origem Protegida (DOP) do Rabaçal distingue-se pela sua pasta mole, com sabor e aroma determinados por pastagens nas quais abunda a tomilhinha, popularmente conhecida por erva-de-santa-maria. Segundo processos de produção ancestrais, este queijo DOP inclui leite de ovelha, mais disponível no mercado local, e leite de cabra, cuja escassez acompanhou o decréscimo do pastoreio nos maciços montanhosos da Lousã e de Sicó, de xisto e calcário, respectivamente, que se encontram no concelho de Penela.
"Tínhamos um problema, que era a falta de leite de cabra", afirma o presidente da câmara, Luís Matias, à agência Lusa, realçando a necessidade de "criar valor com base num produto muito forte" como o queijo DOP Rabaçal.
A autarquia, quando o ex-governante Paulo Júlio era presidente do executivo, aliou-se ao IPN, tendo o investigador António Cunha coordenado a concepção das soluções tecnológicas do projecto. "Temos de induzir alguns elementos inovadores na actividade do pastoreio e pensamos que esta é uma forma de resolver o problema", refere Luís Matias. Continua in Público

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