Foi num dia frio e sem sol que decorreu a primeira jornada voluntária de Inverno de 2015 no Cabeço Santo. Com previsões de chuva a partir do meio da tarde, a equipa não se sentiu intimidada: pouco passava das 9 da manhã quando rumou à mancha de carvalhal do Cambedo, um conjunto de várias antigas parcelas agrícolas e florestais adquiridas pela Quercus em 2009 em ambas as margens do ribeiro e já não longe da antiga povoação, agora abandonada, de Belazaima-a-Velha.
Os carvalhos aqui existentes são na sua grande maioria de rebentação (das toiças após o incêndio de 2005), embora também haja bastantes árvores e arbustos plantados. O principal problema desta área são as mimosas, que no início da intervenção constituíam uma formação muito densa, mas onde as pulverizações com herbicida se fizeram de forma muito parcimoniosa, a fim de evitar danos sobre a rebentação do carvalhal. Isso conseguiu-se, mas, em contrapartida, as mimosas têm sido um “osso duro de roer”. A última jornada aqui realizada foi em Abril de 2013 (https://ecosanto.wordpress. com/2013/04/). Não tendo sido possível vir aqui no Inverno de 2014, as mimosas que ainda não apareciam nas fotos de 2013 observavam-se agora com 5 e 6 metros de altura! Inacreditável não é?
Desta forma, o trabalho dos voluntários foi sobretudo de tesourão e pulverizador de mão, embora a motossera também fosse usada para cortar as mimosas maiores. A motoroçadora também trabalhou quase continuamente, em manchas muito densas de mimosas pequenas, para destroçar os fetos secos, para destroçar selectivamente o matagal, e, sobretudo, para triturar o silvado, que mais abaixo no terreno também cresce de forma muito vigorosa, conseguindo ainda vergar uma árvore plantada há 4 anos. Para além do corte das mimosas também se realizou o corte de rebentação secundária das toiças dos carvalhos e se fez alguma desramação, também nos carvalhos.
Dado que o sol não apareceu, estava frio, claro, mas, com a dinâmica dos trabalhos, ninguém o notou. Com uma excepção: na hora do almoço, com a necessária paragem, mãos e pés começaram a enregelar. Foi o pretexto para não parar por muito tempo...
Só à tarde se fez reportagem fotográfica. Foi uma voluntária, a Claudia, que ficou incumbida da tarefa. Mas, quando era um quarto para as 5 da tarde, começou a chover, e, com a pressa de regressar a porto seco e não molhar toda a carga de equipamento, não se tirou a foto de despedida (e nunca mais lembrou!). Por isso, não obstante as fotos serem suas, a Claudia passa despercebida na própria reportagem fotográfica que é sua! Que pena!
Tinha sido uma fantástica jornada, e algum voluntário que não concorde que me desminta! Mas ainda havemos de voltar aqui outra vez neste Inverno. Talvez já na próxima jornada. Até lá.
Paulo Domingues
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