Texto de P3 • 04/01/2016 - 13:27
Investigadora da Universidade de Aveiro vai passar os próximos anos a percorrer o país para inventariar, conhecer e divulgar a história das árvores monumentais portuguesas
Sabias que o carvalho mais antigo da Península Ibérica, com 700 anos, está plantado na Póvoa do Lanhoso? E que em Santa Iria de Azóia existe uma oliveira com 2850 anos? Estes são apenas alguns exemplos de árvores monumentais e seculares que Portugal tem no seu território e que Raquel Lopes quer inventariar. A árvore mais alta da Europa, com 72 metros, é, aliás, um eucalipto da Mata Nacional de Vale de Canas, em Coimbra.
A bióloga e investigadora da Universidade de Aveiro vai, no âmbito do doutoramento, percorrer o país para inventariar, conhecer e divulgar a história das árvores que se distinguem das outras “pelo tamanho desmesurado, pela idade centenária ou até pelas formas bizarras que adquiriram ao longo dos tempos”.
O trabalho, “inédito” em Portugal, quer “contrariar o desconhecimento de monumentos vivos que tanto têm para contar”, lê-se no comunicado da instituição universitária. Afinal, o território nacional tem várias árvores — sobretudo oliveiras — com idades superiores a 1000 e 2000 anos.
“Não nos podemos esquecer que as árvores monumentais são testemunhas vivas de acontecimentos histórico-culturais, constituem uma memória de hábitos, costumes, lendas e tradições, valorizam a paisagem e o património edificado e representam um elemento diferenciador e identitário de todo um povo e de uma região que importa preservar”, esclarece Raquel, no mesmo documento.
O que Raquel ambiciona fazer é aproveitar o conhecimento sobre as árvores que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) tem reunido e canalizá-lo para a divulgação e comunicação do património, além da protecção contra vandalismo ou negligência. O ICNF tem classificadas, em Portugal continental, 470 exemplares individuais como árvores monumentais e 82 conjuntos de árvores.
Com “Arvoredo Classificado de Interesse Público em Portugal continental” — assim se intitula o projecto de investigação —, a bióloga espera poder “encetar medidas de promoção, informação e divulgação” em conjunto com as autarquias. A criação de roteiros botânicos também estará em cima da mesa.
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