por Lusa
A Câmara Municipal de Vinhais transformou um antigo viveiro florestal numa montra de toda a riqueza natural de Montesinho que, num ano, virou a mais recente atracção turística do Nordeste Transmontano.
Perto de 15 mil pessoas já visitaram o parque biológico de Vinhais que mostra, em cinco hectares de terreno vedado, as razões de a Natureza ser o maior potencial da região e o parque Natural de Montesinho uma da mais importantes áreas protegidas do país.
Foi classificada há 30 anos pela biodiversidade, com espécies únicas, num território que se estende por quase 75 mil hectares dos concelhos de Bragança e Vinhais, junto à fronteira com Espanha.
O isolamento da região e a fraca pressão humana dos cerca de nove mil habitantes divididos por menos de uma centena de aldeias, mantiveram este património que o parque biológico de Vinhais reproduz, mostra e ensina a preservar.
"Não é um jardim zoológico", alerta a directora, Carla Alves, esclarecendo que o que o visitante encontra neste espaço, a dois quilómetros da vila transmontana, são exclusivamente espécies autóctenes.
Algumas podem ser vistas no seu estado selvagem, em miradouros escolhidos para o efeito, outras em cativeiro.
Entre os animais há exemplares de selvagens como o javali, o corso, o veado, águias, pato-real, e domésticos como o cão de gado transmontano ou o burro mirandês que proporciona passeios.
Para outras preferências de transporte, o parque disponibiliza bicicletas todo o terreno com as quais podem percorrer os trilhos que revelam as plantas que compõem a paisagem, em que predomina o carvalho, mas também pintada com exemplares exclusivos desta zona como a cravina ou a arménia.
Um antigo viveiro florestal cedido à autarquia facilitou a tarefa de reunir os vários exemplares da fauna da região.
O parque biológico abriu há um ano para ser uma porta de entrada ou uma espécie de centro interpretativo de Montesinho, como contou à Lusa Carla Alves.
O objectivo, disse, "é ajudar a perceber o que é Montesinho e o que se pode ver e acabar com a ideia que visitar o parque era ir à aldeia de Montesinho" até porque, além da Serra de Baptismo, o parque natural estende-se também pela serra da Coroa, em Vinhais, onde se localiza o parque biológico.
Os visitantes têm chegado de várias zonas do país, nomeadamente grupos de crianças e jovens alguns encaminhados pelo parque biológico de Gaia, que mantém a parceria através da qual ajudou a desenvolver o projecto de Vinhais.
Além da vertente pedagógica, os promotores transmontanos apostam também na conservação da natureza de que é exemplo a perdiz charrela que escolheram para logótipo, e que, apesar de típica da zona, só já é possível vê-la em cativeiro, no parque biológico.
Outra aposta do projecto é o ecoturismo, mas com a máxima "vir para ficar", dai a ideia do alojamento com a disponibilização de 75 camas, 50 na hospedaria do parque, um solar na aldeia de Rio de Fornos, e mais 20 camas em quatro bungalows espalhados pela Natureza.
Têm ainda a chamada casa do guarda e já começaram a estabelecer parcerias com as freguesias para alargar a resposta porque a procura tem superado as expectativas, segundo Carla Alves.
Nos meses de Verão a ocupação esgota e durante o Inverno os fins-de-semana são lotados, daí haver já projecto para construir mais bungalows.
Nos planos da direcção está também criar novos motivos de visita como um centro interpretativo para dar a conhecer as raças autóctones como o bísaro do famoso fumeiro regional, a mirandesa da posta de carne de vaca ou o cordeiro da churra galega bragançana.
No espaço será também criado um centro de degustação para abrir o apetite aos visitantes.
O projecto resultou de um investimento de um milhão de euros realizado em parceria com os vizinhos espanhóis e criou dez postos de trabalho.
Para os que visitam frequentemente o espaço foi criado um clube que dá acesso gratuito ao parque biológico que já originou outros projectos de voluntariado e de apadrinhamento dos animais.DN
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