Resumo em Português: O relatório O sobreiro, uma barreira contra a desertificação indica que a futura sobrevivência das florestas de sobreiro depende fortemente de uma gestão adequada e que o sobreiro, espécie emblemática da floresta portuguesa, é um instrumento fundamental no combate à desertificação em Portugal, desde que gerido de forma adequada, cabendo-lhe desempenhar um papel decisivo na prevenção da degradação dos solos. As florestas de sobreiro, formando sistemas ecologica e economicamente sustentáveis, funcionam como um importante instrumento de prevenção contra a desertificação. De facto, desde que adequadamente geridos, estes sistemas, geram níveis elevados de biodiversidade (foram identificadas numa área de sobreiro na Serra de Grândola 264 espécies de fungos, 50 musgos, 308 plantas vasculares , 140 insectos, 6 espécies de peixes, 12 anfíbios, 13 répteis, 73 aves e 14 maníferos; rapinas ameaçadas como a Águia de Bonelli e mamíferos como o Lince Ibérico, o felino mais ameaçado do mundo, têm nas florestas de sobreiro o seu habitat de eleição); melhoram a matéria orgânica dos solos (ao retirarem os nutrientes de níveis mais profundos, devolvem-nos ao solo com a queda das folhas, originando solo produtivo); contribuem para a regulação do ciclo hidrológico (ao aumentar os níveis de matéria orgânica dos solos, contribuem para uma melhor retenção de água, facilitam a sua infiltração no solo e diminuem as perdas por escoamento superficial, regulando o ciclo hidrológico) e travam o despovoamento (ao constituirem-se como sistemas agro-florestais economicamente viáveis: extracção da cortiça (500 Euros/ha) pecuária (70 Euros/ha), a caça (15Euros/ha), o mel, as plantas aromáticas e os cogumelos (8 Euros/ha). Se se quiser combater a desertificação é essencial utilizar o sobreiro como espécie prioritária, mantendo a sua mancha de distribuição, mas também a sua densidade, que vem decrescendo nos últimos anos. O aumento da densidade do sobreiro está intimamente relacionada com a gestão adequada e eficiente dos povoamentos. Num cenário, de gestão adequada dos povoamentos de sobreiro, prevê-se que em 2020 os níveis de densidade de 1995 possam ser repostos; apenas 20% dos povoamentos terão menos de 40 árvores por hectare e metade dos povoamentos mais de 80 árvores por hectares; ou seja, a qualidade das florestas de sobreiro aumentará e assim estas terão maiores condições para funcionar como barreira contra a desertificação. Ao contrário, com uma gestão inadequada, os indicadores de densidade dos povoamentos de sobreiro e de área florestal nacional continuarão a regredir, prevendo-se que, em 2020, 40% dos povoamentos tenham menos de 40 árvores por hectare, apenas 15% mais de 80 árvores por hectare e a área florestal regrida 1%/ano. Outra das conclusões do relatório é que a área de distribuição do sobreiro pode expandir-se para Norte, uma medida reactiva num cenário irreversível de alterações climáticas e avanço da desertificação. Neste cenário de expansão do sobreiro e prevendo-se a manutenção da actual taxa nacional de esforço de arborização de 1%/ano, numa estratégia de adaptação da floresta às alterações climáticas, este esforço deverá conduzir em 2020 ao aumento em cerca de 20% da actual área de distribuição do sobreiro, contribuindo para a manutenção da fronteira da desertificação próxima dos limites actuais. A WWF e o CEABN acreditam que a manutenção do sobreiro na mancha de distribuição tradicional a sul do Tejo e a expansão para Norte são as soluções. Pelo contrário, a regressão do sobreiro arrastará a desertificação.
Palavras-chave em Português: sobreiro, Quercus suber, alterações climáticas, desertificação, combate à desertificação, bacia Mediterrânica, Portugal
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Palavras-chave em Português: sobreiro, Quercus suber, alterações climáticas, desertificação, combate à desertificação, bacia Mediterrânica, Portugal
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