domingo, 22 de novembro de 2009

Oeiras: mais de uma centena de árvores cinquentenárias cortadas Professores, alunos e funcionários queixam-se da medida Mais de uma centena de árvore

Oeiras: mais de uma centena de árvores cinquentenárias cortadas
PJustificarrofessores, alunos e funcionários queixam-se da medida

Mais de uma centena de árvores cinquentenárias foram cortadas em Setembro na Escola Secundária de Oeiras. A decisão, tomada no âmbito de um projecto de requalificação paisagístico do espaço, está a levantar protestos por parte de professores e alunos.

De acordo com a agência Lusa, o novo projecto prevê a duplicação do espaço verde, em 18 meses, com a plantação de 257 novas árvores e quase 16 mil arbustos e herbáceas, num investimento de 24 mil euros.

«Sempre que faltava alguma coisa no liceu respondiam-nos que não tinham dinheiro. Agora é esta obra megalómana», disse à agência Lusa a professora Helena Simões, um dos docentes que lançou um abaixo-assinado contra o projecto.

«Aquilo de que o liceu precisava era de obras de consolidação do edifício (...) não de novas árvores. O projecto revela uma falta de respeito pelo património e não é educativo. Como é que ensinamos os alunos a terem respeito pelo património?», realçou.

O abaixo-assinado, entregue ao Ministério da Educação, conta com 300 assinaturas de alunos, ex-alunos, professores e funcionários.

A Parque Escolar referiu que estas obras «decorrem em estreita colaboração com a Escola» e que o processo foi «iniciado com a elaboração de um Plano Estratégico, cuja responsabilidade compete à direcção das escolas».

Fonte da Parque Escolar explicou à Lusa que a doença e mal formação de parte das árvores, a expansão do edifício escolar e a existência de espécies invasoras, algumas delas tóxicas, motivaram o abate. A Lusa tentou contactar a direcção da escola, que não se esteve disponível.

Justificações não calam queixas

«Mostrem-nos os relatórios, os estudos, os levantamentos. Nunca cá vimos ninguém. Tem de haver transparência no acesso aos projectos. Uma obra do Estado tem de ser exemplar, definida com transparência e no direito à informação», referiu Helena Simões.

Alguns alunos, contactados pela Lusa junto à Escola, questionaram também a necessidade do abate das árvores, já que «não pareciam estar doentes, nem em risco de queda em cima de nada».

O projecto arquitectónico de requalificação da escola prevê a construção de dois novos campos de jogos, um deles coberto e novos refeitório, cafetaria e laboratório. A biblioteca, as salas de artes e o salão nobre serão «melhorados».

http://diario.iol.pt/ambiente/arvores-oeiras-tvi24-escola-ambiente/1103992-4070.html

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