Negociações envolvem ainda a produção de pasta
Portucel negoceia compra de 200 mil hectares em Moçambique para plantar eucaliptos
11.11.2009 - 07h33
Por Luís Villalobos, Ana Rita Faria
O grupo Portucel-Soporcel está a ultimar as negociações com o Governo moçambicano para adquirir 200 mil hectares de terrenos (equivalente à área de 200 mil estádios de futebol) para plantar eucaliptos, junto dos quais irá edificar também uma fábrica de pasta de papel.Segundo afirmou ao PÚBLICO a primeira-ministra de Moçambique, Luísa Dias Diogo, já foram localizadas terras que preenchem cerca de dois terços das necessidades da empresa portuguesa nas províncias de Manica e da Zambézia, a norte de Maputo. A governante, que falou ao PÚBLICO à margem do encontro Global China Business, que decorreu ontem num hotel em Lisboa, afirmou que está a ser discutida a localização da fábrica de papel. "Tem de estar perto de um porto", sublinhou. Se a opção for Manica, junto à fronteira com o Zimbabwe, a opção mais lógica é o porto da cidade da Beira. Caso seja a Zambézia, terá de se avançar com a viabilização da linha férrea até Nacala, mais a norte (perto de Cabo Delgado). Numa fase posterior está também planeada a construção de uma fábrica de papel, investimento que surge no âmbito do processo de expansão e internacionalização da Portucel. Contactada a empresa, fonte oficial afirmou apenas que "o grupo prossegue o processo de análise das possibilidades de expansão internacional na América Latina e África que implicam investimentos muito exigentes, tanto do ponto de vista financeiro como técnico, que requerem um conjunto vasto e complexo de condições que garantam a sua exequibilidade". O primeiro passo já tinha sido dado em Agosto do ano passado, altura em que a Portucel comunicou a celebração de um acordo de princípio com o Governo de Moçambique. A ideia, segundo afirmou a empresa, era avançar com uma unidade fabril de pasta cuja capacidade de produção nunca seria inferior a um milhão de toneladas por ano. Para já, conforme constatou Luísa Diogo, falta ainda perceber qual é o tipo de eucalipto mais produtivo nas terras moçambicanas para fazer a pasta. Depois, e face à dimensão do eucaliptal, há que ter em conta as comunidades envolventes de modo a que não seja muito afectadas e quais os benefícios económicos em aspectos como a formação e possibilidade de a empresa fazer outsourcing de algumas actividades. Na segunda-feira, Luísa Diogo visitou a nova fábrica de papel da Portucel em Setúbal, inaugurada oficialmente no dia 6. A fábrica, que representou um investimento de 550 milhões de euros por parte da empresa detida por Pedro Queiroz Pereira, tem uma capacidade máxima de 500 mil toneladas por ano. Economia Público
Portucel negoceia compra de 200 mil hectares em Moçambique para plantar eucaliptos
11.11.2009 - 07h33
Por Luís Villalobos, Ana Rita Faria
O grupo Portucel-Soporcel está a ultimar as negociações com o Governo moçambicano para adquirir 200 mil hectares de terrenos (equivalente à área de 200 mil estádios de futebol) para plantar eucaliptos, junto dos quais irá edificar também uma fábrica de pasta de papel.Segundo afirmou ao PÚBLICO a primeira-ministra de Moçambique, Luísa Dias Diogo, já foram localizadas terras que preenchem cerca de dois terços das necessidades da empresa portuguesa nas províncias de Manica e da Zambézia, a norte de Maputo. A governante, que falou ao PÚBLICO à margem do encontro Global China Business, que decorreu ontem num hotel em Lisboa, afirmou que está a ser discutida a localização da fábrica de papel. "Tem de estar perto de um porto", sublinhou. Se a opção for Manica, junto à fronteira com o Zimbabwe, a opção mais lógica é o porto da cidade da Beira. Caso seja a Zambézia, terá de se avançar com a viabilização da linha férrea até Nacala, mais a norte (perto de Cabo Delgado). Numa fase posterior está também planeada a construção de uma fábrica de papel, investimento que surge no âmbito do processo de expansão e internacionalização da Portucel. Contactada a empresa, fonte oficial afirmou apenas que "o grupo prossegue o processo de análise das possibilidades de expansão internacional na América Latina e África que implicam investimentos muito exigentes, tanto do ponto de vista financeiro como técnico, que requerem um conjunto vasto e complexo de condições que garantam a sua exequibilidade". O primeiro passo já tinha sido dado em Agosto do ano passado, altura em que a Portucel comunicou a celebração de um acordo de princípio com o Governo de Moçambique. A ideia, segundo afirmou a empresa, era avançar com uma unidade fabril de pasta cuja capacidade de produção nunca seria inferior a um milhão de toneladas por ano. Para já, conforme constatou Luísa Diogo, falta ainda perceber qual é o tipo de eucalipto mais produtivo nas terras moçambicanas para fazer a pasta. Depois, e face à dimensão do eucaliptal, há que ter em conta as comunidades envolventes de modo a que não seja muito afectadas e quais os benefícios económicos em aspectos como a formação e possibilidade de a empresa fazer outsourcing de algumas actividades. Na segunda-feira, Luísa Diogo visitou a nova fábrica de papel da Portucel em Setúbal, inaugurada oficialmente no dia 6. A fábrica, que representou um investimento de 550 milhões de euros por parte da empresa detida por Pedro Queiroz Pereira, tem uma capacidade máxima de 500 mil toneladas por ano. Economia Público
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