sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Floresta em risco! Inoperância das autoridades preocupa ANEFA‏

Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente

Floresta em risco!
Inoperância das autoridades preocupa ANEFA

Em plena época de incêndios, o fogo não podia estar mais ateado…
a Floresta está a ser ignorada por dirigentes e autoridades e
a delação parte da ANEFA – Associação Nacional de Empresas
Florestais, Agrícolas e do Ambiente, que se afirma cansada de
alertar para a inoperância relativa ao sector, sem que sejam
tomadas as necessárias medidas.

As implicações da carência de investimento, consequência da
falta de capacidade financeira dos proprietários para investir
na floresta, criando um claro problema de sustentabilidade,
onde o volume de abate de árvores se tem mantido, ou mesmo,
aumentado, sem que haja novas acções de rearborização, podem
levar, num futuro próximo, à condenação do sector florestal
em Portugal, garante a Direcção da ANEFA.

No entender da Associação Nacional de Empresas Florestais,
Agrícolas e do Ambiente, a existência do Fundo Florestal
Permanente (FFP), gerado através de um imposto aplicado
aos combustíveis e pago por todos os contribuintes, poderia
ajudar a relançar o investimento no sector. No entanto, este
não está a ser directamente aplicado na Floresta, nomeadamente,
nas questões associadas à sua arborização e manutenção.

A ANEFA adianta, aliás, que, “ao fim de cinco anos de existência
do fundo, que gera cerca de 30 milhões de euros por ano, apenas
tem sido dado apoio ao planeamento, criação e manutenção de
estruturas organizativas ligadas à produção, arranjo de
caminhos e estradas e limpeza de faixas adjacentes, por
parte dos municípios. Isto é, cerca de 150 milhões de euros,
que dariam para arborizar mais de 100 mil hectares ou para
limpar cerca de 200 mil hectares foram gastos no que menos
importa para a floresta, não tendo sido até hoje plantada
uma árvore com o dinheiro do FFP”.

Com uma ocupação de 38% do território nacional, a floresta
gera, no seu conjunto, aproximadamente, 3% do valor
acrescentado bruto, abrangendo mais de 400 mil proprietários
e 250 mil trabalhadores, nos diversos agentes da fileira.
“Muito embora seja de conhecimento público a sua enorme
importância ambiental, económica e social, a floresta portuguesa
não tem sido considerada como prioridade nacional e esta é uma
acrescida por parte das empresas prestadoras de
serviços ao sector, a de alertar para a questão da sustentabilidade
florestal do país”, acrescenta a ANEFA.

Esta instabilidade, aliada à inoperância do ProDeR –
Programa de Desenvolvimento Rural, têm, segundo a Associação,
contribuído para uma desmotivação geral que poderá,
a curto prazo, condenar a evolução do sector em Portugal.
E acrescenta:
“ Desde 2005 que não é implementado um único
projecto florestal financiado, pois o ProDeR
ainda não está operacional.
Este Governo tem primado pela criação de estratégias e
planos que não saem do papel, como é o caso do ProDeR,
do FFP, ou mesmo, do plano de acção para o Nemátodo da
Madeira do Pinheiro… Nada funciona! Enquanto contribuintes,
sentimo-nos, hoje, claramente defraudados, pois,
pertencendo ao meio florestal, chegamos à triste
conclusão de que a floresta, até hoje, em nada
beneficiou com essa situação”.

Como base de análise, deverá considerar-se que a
aplicação de 150 milhões de euros para arborização
representaria a criação de mais de 10 mil postos
de trabalho permanentes ( numa altura em que é
urgente fixar as populações nas zonas rurais e em que
é inevitável falar da falência de inúmeras empresas,
com o consequente aumento do desemprego local) ,
ou a plantação de, aproximadamente, 120 milhões
de plantas, a florestação de 100 mil hectares e ao
nível das receitas para o Estado, cerca de 37 milhões
de euros de contribuição para a Segurança Social.

Não conformada com esta situação, a ANEFA adianta
que é urgente apurar responsabilidades e apela
para a alteração das estratégias avançadas.
E conclui: “ O Fundo Florestal Permanente tem de
servir a floresta! Na nossa opinião e numa altura
em que custa a todos a carga fiscal que é aplicada
sobre os combustíveis, importa redefinir as
da aplicação deste Fundo. Seria importante
fazer o balanço de todo o dinheiro gasto em
planeamento e apoio a estruturas organizativas,
nos últimos anos, e observar o que a nossa floresta
ganhou com isso. Para tal, bastará atravessar o
nosso país, ao longo de vias como o antigo IP5,
o IC8 e outras, para ver o que resta do nosso
património florestal... Afinal, quem se responsabiliza
dinheiro gasto dessa forma, quantos hectares teríamos
plantado ou cuidado devidamentecom esse dinheiro?”

Lisboa, 27 de Agosto de 2009
--
Joana Saque Faria
Eng.ª Florestal
ANEFA - Associação Nacional de Empresas Florestais,
Agrícolas e do Ambiente

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