A Câmara Municipal de Pombal vai adquirir duas casas florestais para integrar o parque de campismo ecológico que a autarquia quer instalar no próximo ano a cinco quilómetros da Praia do Osso da Baleia.
O vereador com o pelouro do Turismo da autarquia, Michael António, afirmou hoje à Agência Lusa que as casas, com um custo de 29.800 euros, vão acolher os espaços administrativos e de logística da infra-estrutura, cujo projecto de concepção e construção está em curso, estando a sua execução em 2010 dependente de financiamento.
Segundo Michael António, o parque de campismo ecológico, a criar numa área de cerca de 24 hectares na Mata Nacional do Urso, «será completamente diferente dos que existem no país e até a nível europeu».
O autarca exemplificou com a possibilidade de o campista vir a ter um cartão que lhe permita aferir qual o consumo de energia eléctrica que efectuou enquanto esteve no parque, o mesmo sucedendo com a água.
Michael António adiantou que as estruturas do parque, de que destacou o alojamento, «vão ser feitas recorrendo à construção sustentável, de modo a que haja o mínimo de consumo de energia possível».
«Por norma, o campista é amigo do ambiente e gosta de conviver com a natureza, mas neste parque essa é uma condição privilegiada», declarou, acrescentando que «o que se pretende é o respeito pelo ambiente, mas que as pessoas possam, de alguma forma, retirar da estadia mais alguma informação sobre a natureza».
Acreditando que este tipo de parque de campismo vai ter procura, o responsável anotou que não só as preocupações com o ambiente estão na ordem do dia, como o turismo da natureza ou o ecoturismo registam crescimento.
O vereador referiu que o acesso dos automóveis ao parque vai estar interdito, mas, em contrapartida, vão ser disponibilizadas bicicletas para que as pessoas possam deslocar-se até à praia ou outros locais.
A criação do parque de campismo ecológico dá continuidade ao projecto Ecoturismo na Mata Nacional do Urso, que começou com o trabalho de controlo de espécies de flora exóticas invasoras e a plantação de plantas autóctones, explicou, por sua vez, a consultora externa da autarquia para o ambiente, Paula Silva.
No âmbito deste projecto, foi criado um trilho pedestre, de 2,5 quilómetros de extensão, por onde estão painéis com a dupla função de interpretação e sensibilização da natureza, esclareceu a bióloga Paula Silva.
Segundo a responsável, o parque agora em projecto «tem de ter uma tipologia em conformidade com o Osso da Baleia, que é praia dourada, e a Mata Nacional do Urso».
«A sua principal característica é o equilíbrio entre a utilização humana e a natureza», observou, esclarecendo que os campistas vão ter o apelo à concretização de «boas práticas» e, até, actividades de contacto e conservação da natureza.
A criação de um centro de interpretação ambiental nas imediações do parque ecológico está também em estudo, não apenas para os campistas, mas também para a realização de actividades com alunos, acrescentou Paula Silva.
Diário Digital / Lusa
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