Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente
A Propósito de asfixia democrática…
ANEFA afastada do Conselho Florestal Nacional
A Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente vem, uma vez mais, lamentar o facto de decisões importantes sobre o Sector Florestal estarem a ser tomadas à revelia dos interesses de todos os agentes.
Esta afirmação sucede ao facto de, no passado dia 4 de Setembro, se ter realizado um encontro do Conselho Florestal Nacional, sem que tivesse sido convidada para fazer parte da mesma.
O CFN é um “órgão consultivo de concertação de âmbito nacional”, integrado pelas entidades máximas abrangidas pelo Decreto-lei 159/2008 de 8 de Agosto, mas igualmente, por “elementos representativos das estruturas empresariais e associativas do sector e das fileiras florestais, da caça e da pesca em águas interiores”. Nas suas competências, encontram-se acções importantes como a emissão de parecer sobre a legislação estruturante do sector, das estratégias florestais e sobre planos de defesa da floresta.
“Lamentamos profundamente que mais uma vez seja provada a falta de cooperação entre todos os agentes do sector, quando a base é o desenvolvimento de um bem comum. A ANEFA é a única associação de âmbito nacional que representa os prestadores de serviços ao Mundo Rural, pelo que acreditamos que a representatividade do sector florestal passa, certamente, pelos agentes que afiguramos”, adianta a Direcção da ANEFA.
Recorde-se que entidade semelhante fora criada em 2000, o Conselho Consultivo Florestal (Decreto-Lei n.º 166/2000 de 5 de Agosto), e que a ANEFA terá participado em anteriores reuniões, muito em parte pela importância deste órgão de consulta e por se considerar fundamental que todos os intervenientes tenham voz activa, para bom entendimento em decisões conjuntas, com implicações para todos os agentes do sector.
Questionada a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, sobre o incidente, a ANEFA não obteve ainda qualquer resposta sobre este afastamento, mesmo após vários pedidos de esclarecimento.
Este episódio vem reforçar a ideia de que as múltiplas contestações da ANEFA, desde os atrasos na implementação do ProDeR, à ineficácia do plano de acção de combate ao Nemátodo, têm estado, provavelmente, na base de afastamentos desta ordem.
Não é a primeira vez que a ANEFA é colocada em período de nojo pelas autoridades nacionais… “Temos a primazia de não depender de subsídios de ninguém e isso permite-nos ver e relatar a realidade, sem receio de represálias. Numa altura em que tanto se fala de asfixia democrática, não deixa de ser notório que há vozes que incomodam e que por isso, são afastadas. No entanto, o silêncio não sustenta florestas!”, conclui a Direcção da Associação.
Lisboa, 23.Set.2009
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