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23 de Novembro - Dia da Floresta Autóctone
Quercus alerta para ameaças e aposta na sensibilização Comemora-se amanhã, dia 23 de Novembro, o Dia da Floresta Autóctone, data estabelecida para promover a importância da conservação das florestas naturais na Península Ibérica. Neste que é o Ano Internacional das Florestas, a Quercus manifesta a sua preocupação face às ameaças que comprometem cada vez mais a conservação da nossa floresta autóctone e aposta na sensibilização através de diversas acções de sensibilização em escolas, a par de sementeiras e plantações de diversas espécies autóctones a decorrer amanhã um pouco por todo o país.
O Ano
Internacional das Florestas e a Floresta Autóctone
A Assembleia-Geral das Nações Unidas designou o ano de 2011 como o “Ano
Internacional das Florestas”, com o tema “Florestas para Todos”. A
designação deste Ano comemorativo teve como objectivo promover a conservação
das florestas em todo o mundo, assim como sensibilizar a população para a importância que as florestas
desempenham no desenvolvimento sustentável global.
Em Portugal, a falta de reconhecimento
sobre as funções desempenhadas pela floresta autóctone – floresta composta
por espécies arbóreas originárias do próprio território - constitui uma ameaça à sua conservação. A
floresta autóctone apresenta uma importância fundamental através dos serviços
que desempenha nos ecossistemas, tais como
a preservação da biodiversidade, a regulação do ciclo da água, a manutenção
da fertilidade e fixação dos solos, o sequestro do
dióxido de carbono atmosférico e a produção de oxigénio, contribuindo como
tampão face às alterações climáticas. A sua resistência à desertificação e o
seu elevado valor paisagístico, são aspectos em grande parte ignorados.
As nossas florestas autóctones, como os
carvalhais, azinhais e sobreirais
desenvolvidos, são normalmente mais resistentes e resilientes aos incêndios
florestais. Em Portugal, a maior parte das florestas naturais desapareceu ou
está já muito alterada, pelo que nunca é demais relembrar a importância
destes bosques, e das espécies que o compõem, tanto em termos ecológicos,
como económicos. O ataque de diversas doenças que afectam as actuais
florestas, nomeadamente o pinheiro-bravo com a mortalidade causada pela
murchidão do Nemátodo da Madeira do Pinheiro, mas também os problemas
fitossanitários em algumas quercíneas, como o sobreiro e a azinheira, colocam
em causa a sua conservação.
Ameaças à Conservação da Floresta
Autóctone
As plantações de eucalipto – espécie
exótica introduzida em Portugal - já ocupam mais de 23% da área florestal no
nosso país, e acarretam impactes ambientais consideráveis sobre o território,
nomeadamente uma maior erosão do solo, a alteração do regime hídrico, perda
de biodiversidade, alteração da paisagem, para além de facilitarem a
propagação dos incêndios florestais de forma muito mais significativa do que
as florestas constituídas por espécies autóctones.
Numa fase em que assiste a um declínio das
florestas de outras espécies, tais como o pinheiro-bravo nas áreas do centro
e norte do País, deu-se recentemente um aumento da capacidade industrial de
fabrico de pasta de papel, promovido por grupos de pressão que pretendem a
expansão das áreas de eucalipto em Portugal e a promoção de novas plantações
intensivas, que aumentam a monocultura desta espécie.
A Quercus manifesta desde já a sua
preocupação face a esta situação e considera demasiado prematura e pouco adaptada
à nossa realidade qualquer intenção que pretenda uma eventual expansão da
área de eucalipto em Portugal, dado que uma opção nesse sentido carece de
estudos especializados e independentes que demonstrem a sua viabilidade, para
além de implicar um alargado debate sobre o que o País pretende efectivamente
para a sua Floresta de futuro.
No dia em que se pretende celebrar a
Floresta Autóctone, a Quercus recorda que para além da introdução de espécies
exóticas na nossa floresta, outros factores tais como a desflorestação para a
agricultura, o abate de vastas áreas para construção de infra-estruturas
humanas, as más práticas florestais e o aquecimento global, continuam a ser
uma ameaça à sua conservação. Defende por isso a preservação dos bosques reliquiais
da nossa floresta autóctone e que algumas espécies, mais raras e ameaçadas,
devem ser alvo de legislação específica com vista à sua conservação. Para
além disso, exige um cumprimento rigoroso da legislação nacional e europeia
já existente e que enquadra todo o sector florestal, de forma a que situações
irregulares não continuem a acontecer.
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A Quercus no “Dia da Floresta Autóctone”
Com vista à
promoção da Floresta Autóctone, a Quercus tem a decorrer vários projectos e acções com o objectivo de conservar as nossas florestas
autóctones, os quais vão continuar neste Ano Internacional das Florestas, com as plantações do
programa Criar Bosques, Conservar a Biodiversidade, o programa de
reciclagem de rolhas de cortiça – Green Cork,
o projecto Floresta Comum, a constituição da
rede de Micro Reservas Biológicas, onde se destaca o Tejo Internacional e o
restauro da floresta no Cabeço Santo, Peninha e Caramulo. Para além destas
iniciativas, estão a ser desenvolvidos projectos LIFE para a gestão de
habitats e Conservação da Natureza.
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Para celebrar o Dia da Floresta Autóctone,
a Quercus, através dos seus Núcleos e estruturas, está a promover diversas
acções em escolas, assim como sementeiras e plantação de diversas espécies
autóctones de Portugal. Estas acções são realizadas
com o objectivo de sensibilizar a população e promover a conservação da
Floresta Autóctone, irão decorrer um pouco por todo o país, nomeadamente na
Serra do Alvão, Maia, Santo Tirso, Vila do Conde, Braga, Vila Nova de Foz
Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Ourém, Águeda, Pontinha e Ponte de Sor.
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Lisboa, 22 de Novembro de 2011
A Direcção Nacional da
A Direcção Nacional da
Quercus – Associação Nacional de
Conservação da Natureza
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