segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Comunicado ABATE DE ÁRVORES NO CONCELHO DE SINTRA - EP‏

           


INTERVENÇÕES NO ARVOREDO DE SINTRA PELA EMPRESA ESTRADAS DE PORTUGAL SA
Associações e Cidadãos exigem adiamento das intervenções



Dada a iminente intervenção em centenas de árvores no Concelho de Sintra (em Colares, Galamares e vila de Sintra ) a desencadear pela ESTRADAS DE PORTUGAL SA, de acordo com comunicado por esta difundido em sessão havida no passado dia 06, vêm as Associações e cidadãos signatários, exigir esclarecimentos públicos da EP relativos às seguintes questões:
·         A empresa EP apresenta como “ suporte “ das intervenções que se propõe levar a cabo um relatório do Instituto de Agronomia (ISA) denominado “ Diagnóstico da solidez dos troncos em árvores do Concelho de Sintra “, da autoria do Prof. A. Fabião - Porque motivo só agora, escassos dias antes do inicio previsto das intervenções, disponibilizaram as EP tal relatório, estando o mesmo datado de 31/03/10, e tendo sido pedida a sua difusão publica em comunicado subscrito e divulgado pelas Associações Quercus e Árvores de Portugal há mais de 06 meses?

·         O referido relatório incidiu sobre um total de 38 árvores (em Colares, Galamares e Sintra), no entanto, o comunicado EP refere a intenção de proceder a podas de limpeza em 150 árvores, podas de correcção noutras 150 árvores e, ainda, o abate de 41 _ Que outros estudos técnicos de diagnóstico fitossanitário e análise da estabilidade biomecânica de cada árvore existem que justifiquem ou recomendem intervenções/abates em 341 árvores no Concelho de Sintra?

·         Porque motivo pretende a EP abater 41 árvores, entre elas 7 plátanos de porte muito grande? Em que parte do relatório do ISA é recomendado o abate de tão grande número de árvores? A serem abatidas 41, porque motivo são substituídas por apenas metade desse número (22)?

·         Porque motivo não esclarece a EP outras questões relevantes, já anteriormente colocadas pelas duas Associações acima referidas, no comunicado conjunto de Junho, como sejam:
- qual o tipo de formação que possuem, na área da arboricultura urbana, os funcionários da empresa contratada para executar a referida intervenção ?
- quem assegurará o acompanhamento dos trabalhos no terreno, durante a execução?
·         No caso particular da alameda de plátanos existente junto à adega de Colares, verdadeiro ex-líbris da freguesia, cuja classificação como Interesse Publico foi requerida `a Autoridade Florestal Nacional ainda em 2009 por um conjunto de cidadãos, qual a justificação para a intenção de abate de alguns exemplares agora divulgada, pondo em causa o pedido de classificação ainda pendente na AFN ?

As Associações e cidadãos signatários consideram que o estado fitossanitário e a estabilidade biomecânica das árvores existentes no espaço público urbano devem ser periodicamente avaliados. A existência de danos nas copas, nos troncos ou nas raízes deve ser tratada com técnicas de arboricultura que restabeleçam a vitalidade das árvores afectadas ou minimizem os danos a elas causados, promovendo a segurança de pessoas e bens e prolongando o período de vida dos exemplares. A decisão de abate de uma árvore, enquanto bem público e elemento fundamental do ambiente urbano que é, deverá ser sempre um último recurso, a ponderar de forma fundamentada e criteriosa.
Os signatários consideram que é urgente melhorar as práticas de gestão das árvores no espaço público e, sempre que o abate de uma árvore seja inevitável, deve ser efectuada a sua substituição e implementadas medidas de compensação adequadas. Qualquer substituição deverá seguir sempre critérios rigorosos, na escolha da espécie mais adequada ao local onde irá ser plantada. É este o perfil de actuação que se espera da Estradas de Portugal e de entidades públicas com atribuições na conservação do património arbóreo público como é o caso das Autarquias Locais.
As Associações e cidadãos signatários relembram a ocorrência de situações de clamoroso desrespeito pelo património arbóreo de Sintra, algumas das quais também da responsabilidade das Estradas de Portugal SA como foi o caso do abate de dezenas de plátanos centenários em Azeitão, ao longo da EN10, verificado já este ano; e apelam ao esclarecimento publico das questões colocadas, antes de iniciar a projectada intervenção, a qual não deverá ter lugar sem que as interrogações e apreensões da população sejam cabalmente clarificadas.

As Associações signatárias e a população em geral exigem que qualquer intervenção da EP no arvoredo público de Sintra seja tecnicamente justificada e ambientalmente sustentada..

Porque o património arbóreo de Sintra é, também ele, Património da Humanidade !


CONTACTOS _ Flora Silva / OLHO VIVO - 91973593
                               Ana Cristina Figueiredo / QUERCUS – 937788475
                               Miguel Rodrigues / Árvores de Portugal – 969070880
                               Paulo Daniel – Info Nature Portugal - 965112616
                               Pedro Macieira – 962905489

3 comentários:

  1. Eu estive no local em Colares a observar por inteiro o abate da 1ª árvore, designada por A8 e tirei fotografias (antes da policia começar a impedir de se tirarem fotografias como se fosse ilegal tirar fotos a bens públicos)
    As fotografias mostram que a árvore não tinha qualquer indício de podridão. O abate é uma farsa com outros objectivos por detrás.
    Já enviei resumos dos resistogramas para outras entidades internacionais para serem analisados.
    Podem ver as fotos em:
    www.wix.com/eah_eah/abate_colares

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  2. Aliás, sabem o que é um resistograma? Não é mais do que furos feitos na árvore com um berbequim e um instrumento que mede a resistência que a broca faz. Nem mais. Isto só por si nunca pode ser usado como justificação para um abate. Mas foi a única justificação dada pelo ISA e o prof. António Fabião. Aliás, o relatório do ISA não dá obrigatoriedade do abate. Sugere mesmo que basta podar bem as longas pernadas para reduzir drasticamente o perigo de colapso do tronco. O próprio termo "colapso" é estranho, será a árvore tombar para o lado, rachar-se ao meio?? Nunca vi isso acontecer num plátano, árvore com madeira densa.

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  3. Junto envio um email de técnicos em arboricultura na Inglaterra que em nada favorece o parecer do ISA e do Prof. António Fabião. Eu enviei as fotografias da árvore abatida e os registogramas de duas árvores apresentados no parecer, (a árvore A1, considerada em bom estado e a A8, abatida) para vários centros de arboricultura na Inglaterra e Austrália. Recebi hoje a primeira resposta da empresa http://www.treestrategies.co.uk/ que se encontra em baixo. Podem utilizar este testemunho e talvez outros que espero obter para evitar mais abates destas árvores históricas.
    António


    Hi Antonio

    I am not familiar with the resistograph reading. However, the comparative results would indicate that there is little if any decay at the test site. Certainly, from experience, Plane trees are one of the toughest trees within the urban environment and are able to withstand the worst pruning while being able to compartmentalise wounds and resist further decay. I forwarded your email to a colleague who has more experience with resistographs. His response is below. Good Luck

    Kevin

    Thanks for your email.
    I use (very occasionally now) a Digital microProbe (DmP) which is similar to the resistograph in that it measures wood hardness. These both show graphs with hardness on the vertical axis and distance into the tree on the horizontal axis.

    What we are looking for is changes rather than the height of the line on the vertical scale; thus a consistently low but steady reading is likely to indicate wood of good quality, whereas readings with rapidly fluctuating peaks and troughs, or a sudden drop in hardness is likely to indicate that the wood is decayed in those positions. The graphs that Tony sent from the felled tree are steady, and strongly imply that the tree was not decayed at the position where it was drilled.

    If this was the only resistograph test taken on the tree and the tree was cut down on the basis of this test, then I would say that removal was not warranted. Is it possible that the tree was removed for another reason?

    Have a happy Christmas and good 2011

    Regards

    Patrick 

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