NÃO LÁPIDE
Não sabemos o dia em que foi plantada…
Não sabemos o dia em que foi abatida…
Não sabemos a sua espécie…
Julgo dizer que é um presente obscuro:
- da nossa capacidade de monopolizar a natureza;
- que permanece dia após dia na nossa vida citadina
Multiplicámo-nos,
Ocupamos a “mãe” natureza a nosso belo prazer,
e construímos um mundo de betão, asfalto e calçada.
Aqui e acolá damos-lhe um espaço quadrado ou circular,
para que uma simples árvore possa existir.
Cresce, depois é simples
E resta simplesmente o tronco, os troncos quase todos da mesma altura.
E há sempre aquele que resiste ao percurso de ser apenas um ponto negro que se desfaz ano após ano, e mostra essa arte tão bela que é a Primavera.
Nota explicativa:
Fotografias (cor - 20x25cm) de troncos, espaços vazios e rebentos de árvores que se encontram nos passeios de algumas ruas de Lisboa.
Estão coladas em cartão canelado (castanho).
Não quis colocar as fotografias fechadas em molduras, creio que desta forma o conteúdo e mensagem da imagem sobrepõe-se a qualquer aspecto técnico ou artístico que o observador queira retirar.
Fotos: 2008 /2010 - Lisboa
Alguns troncos de árvores já foram retirados e plantadas novas árvores
Alberto Cruz
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