Mata de Albergaria ameaçada por incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês
Nos últimos dias existiram vários grandes incêndios e esteve a arder a Mata Nacional do Gerês, junto da Mata de Albergaria, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês.A Quercus alerta para a ocorrência de grandes incêndios nesta época de primavera, devido ao risco de incêndio (elevado a extremo) em parte do território, associado às condições climáticas da seca e ventos de Leste.
O incêndio que foi controlado recentemente na zona da Bouça Mó, na Mata Nacional do Gerês, concelho de Terras de Bouro, afetou uma área de carvalhal alvarinho e medronhal com mais de uma centena de hectares, junto à Reserva Biogenética do Conselho da Europa, local com elevada diversidade biológica, integrado também no Sítio de Importância Comunitária das Serras de Peneda-Gerês.
A previsão do risco de incêndio considera um aumento para o dia de amanhã, o que poderá estar associado à ausência de precipitação no inverno, com situação atual de seca extrema e severa em grande parte do país e também aos ventos de Leste que se fazem sentir.
Os meios devem continuar de prevenção, dado que os reacendimentos são frequentes e podem ser perigosos para a floresta e no caso concreto para o Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Região Norte continua impedida de candidaturas ao PRODER para Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI)
A Direção Regional de Florestas do Norte da Autoridade Florestal Nacional (AFN), entidade tutelada pelo Ministério da Agricultura, do Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (MAMAOT), ainda não conseguiu definir e publicar os componentes das “Redes de Defesa da Floresta Contra Incêndios” (DFCI), nomeadamente a “Rede Primária de Faixas de Gestão de Combustíveis” e os “Mosaico de Parcelas de Gestão de Combustível” para toda a região Norte do país.
A definição das “Redes de Defesa de Floresta Contra Incêndios” (DFCI) é uma obrigação legal do Estado Português, por força do Decreto-Lei nº124/2006, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei 17/2009. Devido ao facto de não terem sido definidas, nem publicadas, as componentes destas Redes, toda a região Norte está impedida de se candidatar a ajudas no âmbito do PRODER para a Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI), cujo financiamento está limitado às intervenções em áreas de rede primária e a outras áreas com estas relacionadas (nomeadamente mosaicos e ligações à rede secundária).
A Quercus considera que não existe explicação para esta situação e questiona as prioridades do MAMAOT na prevenção de incêndios. Já em outubro do ano passado tínhamos alertado para esta grave situação devido a não existirem ações de gestão de combustíveis, o que podia agravar os incêndios em 2012.
Quercus apela à não utilização do fogo nos espaços rurais
A Quercus apela à população para evitar o uso do fogo em queimadas e fogueiras no espaço rural, devido às condições climatéricas existentes, com risco de incêndio acima de elevado em grande parte do país, com a temperatura a aumentar, a vegetação muito seca, baixos níveis de humidade e aos ventos secos de Leste, que criam condições favoráveis à propagação de incêndios.
Lisboa, 28 de março de 2012
A Direção Nacional da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza
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