domingo, 9 de novembro de 2014

Gerir o que a floresta nos dá

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Os recursos de uma floresta são incontáveis: para além das árvores, temos cogumelos, frutos silvestres, nozes, e muitos outros que contribuem para a bioeconomia de uma região.
É a altura ideal para colher o que esta floresta na região finlandesa da Carélia tem para oferecer. Umaplataforma europeia permitiu a um grupo de cientistas uma imersão na natureza para desenvolver um sistema de alerta que pode servir até metade da população deste país. O investigador Kauko Salo explica que “o sistema pode ser muito útil para aqueles que pretendam saber exatamente onde e qual a melhor altura para ir à procura de cogumelos e frutos silvestres, seja para uso doméstico, seja para vender a empresas, o que naFinlândia está isento de impostos.”
Se o dinheiro não cresce propriamente nas árvores, é verdade que o valor de mercado dos produtos colhidos nas florestas europeias ultrapassa os 2,5 mil milhões de euros. Um número que a ciência pode ajudar a aumentar. Outro investigador, Jari Miina, afirma estar “a estudar a associação entre as características de uma dada floresta e as quantidades que são produzidas, para que possamos definir a melhor proposta de gestão possível dos recursos dessa área.”
Há mais de 50 anos que a empresa familiar de Marja, situada em Joensuu, compra produtos frescos apanhados por habitantes locais. Um quilo de cogumelos cepes, por exemplo, rende pelo menos 4 euros. Num ano, há quem faça 5000 euros.
A empresa de Marja colabora com os cientistas na procura de métodos inovadores que permitam diversificar o seu negócio, uma atividade muito dependente das condições metereológicas. Marja realça que “as colheitas não se podem fazer quando chove ou logo a seguir. Também dependem da temperatura. É preciso preparar-se com antecedência, mas nunca há uma certeza. Vivemos um dia de cada vez, e esperamos pelo melhor.”
O projeto científico trabalha no sentido de otimizar o processo desde a floresta até ao consumidor, tornando este setor mais rentável e eficiente. Robert Mavsar, coordenador do projeto Star Tree, sublinha que “há muitos bons exemplos que nos chegam de vários pontos da Europa. Estamos a tentar explorá-los e introduzi-los nas regiões com as quais trabalhamos. Mas é evidente que lidamos com contextos específicos. Não podemos esperar que um método finlandês resulte também no sul de Espanha ou na Sérvia. Estamos apenas a tentar perceber quais são as possibilidades.”
Uma das formas de acrescentar valor é efetuar o processamento dos produtos a nível local. Esta empresa transforma os frutos silvestres num pó que pode ser misturado com iogurte, por exemplo. A rotulagem específica é também essencial, até porque “o atual sistema de certificação não permite rotular os produtos silvestres como ‘orgânicos’”, segundo Kari Koljonen, da Nordic Vitality.
O objetivo final é encontrar um maior equilíbrio entre a utilização de recursos e o respeito pelo que a Natureza nos dá.
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