quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Restruturação do Sector Florestal permite um maior crescimento económico do País

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Primeiro Estudo Prospectivo apresentado em Congresso Nacional

RESTRUTURAÇÃO DO SECTOR FLORESTAL PERMITE UM MAIOR CRESCIMENTO ECONÓMICO DO PAÍS

  • VAB do setor florestal representa 1,2% do Produto Interno Nacional
  • Reformas estruturais na produção florestal são fundamentais para garantir o crescimento económico do país
  • Desenvolvimento florestal permite reduzir valores de importação nacional

Qual será o cenário de Desenvolvimento Florestal em 2071? E que Política de Desenvolvimento Florestal é necessária para a Economia Portuguesa de Futuro? Estas duas questões são respondidas no Estudo Prospetivo para o Sector Florestal, apresentado no III Congresso Anual da Associação Para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal (AIFF) – “Indústrias de Base Florestal: acrescentando (o) futuro”.

No Estudo Prospetivo da AIFF, primeiro estudo desta natureza, simula-se a evolução da produção nacional das três espécies mais relevantes, em termos de área e de abastecimento industrial, na floresta portuguesa: eucalipto, pinheiro bravo e sobreiro, que representam, no seu conjunto, 72% da área florestal nacional.

Os resultados do Estudo mostram que existe uma grande diferença entre a oferta e a procura para cada uma das espécies analisadas (eucalipto, pinheiro bravo e sobreiro), ou seja, a procura é sempre superior à oferta.

No Estudo são simulados dois cenários para o futuro florestal, o de manutenção e o de desenvolvimento. No Estudo são destacados os benefícios do último, tanto para as indústrias de base florestal, como para a sociedade em geral.

O cenário de desenvolvimento florestal mostra ser possível reduzir significativamente os valores de importação, contribuindo para a sustentabilidade das empresas do setor e, consequentemente, para o País.

“O desenvolvimento dos sectores da fileira florestal e a sua atual posição nos mercados mundiais estão seriamente ameaçados pelo facto da floresta portuguesa não estar a corresponder satisfatoriamente enquanto fornecedora de matéria-prima” comenta João Ferreira do Amaral, Presidente da AIFF.

Por outro lado, o Estudo demonstra a necessidade de se inverterem as atuais tendências, criando condições que atraiam capital para o setor, promovam o aumento da produtividade dos povoamentos já instalados, contribuam para a existência de novas áreas plantadas e reduzam o risco de incêndio e de ataques de pragas e/ou doenças dos espaços florestais, através do aumento da sua resiliência.

Para isso, é necessário implementar 4 reformas estruturais na produção florestal, que são elas: a promoção e capacitação das formas de gestão florestal agrupada, profissional e certificada; o desenvolvimento da investigação, da formação e da extensão; a criação de condições favoráveis para a rentabilidade individual da produção florestal, através de incentivos ao investimento; a reforma estrutural do modo de governação do setor florestal.

O Estudo Prospetivo para o Sector Florestal teve como objetivo definir e apresentar propostas de políticas públicas para o setor florestal, e avaliar os custos e benefícios, de forma a promover o aumento da disponibilidade de matéria-prima nacional que satisfaça as necessidades da indústria e as exigências do mercado.

A nível económico, o setor florestal representa um forte contributo, uma vez que é fortemente exportador de bens transacionáveis e que as indústrias florestais são líderes de mercado em alguns segmentos. O Valor Acrescentado Bruto do setor florestal representa 1,2% do Produto Interno Nacional.

O valor acrescentado nacional representa mais de 70% do valor acrescentado total, devido ao facto de se tratar de uma atividade económica que usa como matéria-prima a madeira e a cortiça proveniente, preferencialmente, da floresta portuguesa.

Em 2011, o conjunto das empresas que compunham o setor florestal foi responsável por um volume de exportações superior a 4 mil milhões de euros (9,9% do total nacional) e contribuiu com mais de 1,8 mil milhões de euros para a balança comercial portuguesa. No presente contexto de forte retração económica, as exportações do setor florestal português registaram um crescimento de 40,8%, entre 2004 e 2011.

A floresta, e as três fileiras associadas, desempenham importantes funções ao nível dos três pilares da sustentabilidade (económico, social e ambiental), contribuindo para o crescimento económico do País, com particular impacto nas exportações de bens e para o processo de reindustrialização, para a fixação das populações em zonas mais desfavorecidas e com maior risco de desertificação, para a mitigação dos efeitos das alterações climáticas, para a melhoria da qualidade da água e para a conservação dos solos, habitats e da biodiversidade.

Para se entrar num novo ciclo de mudança é fundamental redefinir o papel da floresta para a sociedade, para a economia e para o País, o que implica uma maior consciencialização da relevância e riqueza da floresta, nas suas múltiplas funções diretas e indiretas, e não resumir a importância do setor ao flagelo dos incêndios e a zonas lúdicas.

Para mais informações e contactos: Filipa Costa | 964 244 518 | filipa.costa@loyaladvisory.com

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