16.02.2011
Helena Geraldes
Já poucos acreditavam que ainda era possível descobrir novas plantas na Península Ibérica. Mas investigadores espanhóis anunciam ter encontrado duas novas espécies de dentes-de-leão nos Pirenéus e na cadeia montanhosa da Cantábria.
Os botânicos encontraram a Taraxacum decastroi nas florestas de Lérida, nos Pirenéus, e a Taraxacum lacianense nas florestas de bétulas perto de Laciana, na Cantábria, no decorrer da revisão do género Taraxacum para o projecto “Flora iberica”.
São plantas com longas folhas e pouco pólen que vivem em solos com muita humidade. Além disso, têm uma distribuição muito localizada, “talvez devido às condições climáticas montanhosas”, explicam os autores na revista “Annales Botanici Fennici”, onde a descoberta foi publicada. A Taraxacum decastroi vive nos Pirenéus espanhóis entre os 1540 e os 2340 metros de altitude e dá flor em Junho e Julho. A altitudes um pouco mais baixas, na ordem dos 1500 metros, ocorre a Taraxacum lacianense, espécie endémica das montanhas de Leão que floresce em Junho.
Descobri-las não foi tarefa fácil. “Precisámos compará-las com numerosos exemplares da Europa (principalmente em Espanha e Portugal), que nos foram emprestados das colecções de outros investigadores”, explicou Antonio Galán de Mera, principal responsável pelas descobertas.
“Agora é difícil encontrar novas espécies em Espanha”, admite. “Tudo depende da complexidade do grupo de plantas que estamos a estudar”, acrescentou o investigador do Departamento de Biologia (Botânica) na Universidade San Pablo, em Madrid, à Plataforma SINC (Scientific Information and News Service).
Os habitats de ambas estão ameaçados pela subida das temperaturas e pela exploração mineira de carvão, nomeadamente na Cantábria.
Depois destas duas descobertas, a lista da biodiversidade vegetal da Península Ibérica ficou mais rica, registando mais de 50 espécies do género Taraxacum. In Ecosfera
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