Quercus exige apuramento de
responsabilidades
Na sequência de denúncias sobre o abate
ilegal de dezenas de azevinhos e sobreiros remetidas para a QUERCUS, o Núcleo
Regional de Coimbra contactou a Fundação Mata do Bussaco, que está actualmente
responsável pela gestão da Mata Nacional do Bussaco, para o devido
esclarecimento desta situação inaceitável.
A Mata Nacional do Bussaco é
considerada área protegida, pelo regime florestal total, pelo
que deveria ter o devido acompanhamento da Autoridade Florestal
Nacional. Esta mata possui algumas relíquias da floresta
autóctone como os azevinhos arbóreos e outras espécies de árvores, algumas de
grande porte como o cedro-do-buçaco Cupressus
lusitanica.
Dada a gravidade da situação, com
abate de espécies protegidas, a QUERCUS remeteu a denúncia para o SEPNA (Serviço
de Proteção da Natureza e Ambiente), da GNR, que também já tinha sido alertado
para os cortes ilegais, e efectuou-se ainda uma visita à área intervencionada,
para constatar os abates dos exemplares de azevinhos, sobreiros e medronheiros
no terreno, tendo sido confirmada esta situação, que consideramos inaceitável
na gestão de uma Mata Nacional afecta ao regime florestal total.
A justificação da intervenção parece
estar relacionada com o corte de pinheiros afectados pela doença da murchidão,
provocada pelo nemátodo da madeira do pinheiro, tendo sido entregue o abate das
árvores a um madeireiro, em detrimento de empresas de arboricultura,
especializadas em retirar árvores sem destruir as que estão próximas. Consta
que o referido corte das árvores teria sido efectuado nas últimas semanas sob
supervisão técnica da Fundação e que era desconhecido o abate de árvores
autóctones.
Parece-nos que da parte da Fundação
houve uma demonstração inequívoca de falta de acompanhamento da intervenção do
abate das árvores, o que era da sua responsabilidade.
Este caso é bem representativo
da falta de cuidado das entidades que fazem a gestão do património
florestal português. Pelo que sabemos, vamos assistindo é à contínua
degradação da nossa floresta, com os responsáveis falando da sua preocupação
em fazer uma boa gestão, mas depois, não fiscalizando a aplicação da legislação
e, pior que isso, não dotando as entidades públicas com os meios financeiros
necessários a uma gestão florestal responsável.
Mas o mais grave é o abate ilegal de
vários azevinhos protegidos (alguns de grande porte). A culpa não
pode morrer solteira, nem ser apenas dos trabalhadores que efectuaram os
cortes, uma vez que apenas cumpriram ordens do madeireiro
contratado e estavam, supostamente, a ser acompanhados por técnicos
da Fundação.
Esperamos que este caso venha a forçar a administração pública, no conjunto dos ministérios da agricultura e do ambiente, a fazerem mais no sentido de uma maior sensibilização e fiscalização do abate ilegal de árvores autóctones protegidas.
Aguardamos um relatório com o devido
esclarecimento da Fundação Mata do Bussaco, identificando completamente não só
os danos causados (abates ilegais de espécies protegidas, cortes e danos
noutros exemplares de espécies autóctones), como também identificando os responsáveis
pelos danos. Vamos aguardar também pela actuação do SEPNA da GNR e da Autoridade Florestal
Nacional.
Neste Ano Internacional das Florestas designado pela UNESCO devido à importância da floresta, continuamos dispostos a colaborar voluntariamente com todos os que pretendem fazer uma gestão florestal sustentável, que dignifique o nosso melhor património natural e contribuindo para a conservação da natureza nas nossas Matas Nacionais.
Lisboa, 20 de
Janeiro de 2011
A Direcção Nacional e o
Núcleo Regional de Coimbra da
Quercus –
Associação Nacional de Conservação da Natureza
É uma vergonha o que se passa no Buçaco. Sabiam que se os 4 administradores e o presidente decidissem ganhar o que lhes foi concedido através de uma acta que estabelece os seus vencimentos, a Mata do Buçaco teria de gerar mais de 400.000,00 euros anuais apenas para pagar a 5 pessoas? Fantástico, não?
ResponderExcluirE assim vai o nosso pais, essas pessoas deviam ter vergonha de ocupar esses lugares, e para fazer a manutenção ao espaço nem deve haver ninguém, mas para que 4 administradores pode me dizer?
ResponderExcluirIsto é um aviso.Essa gente sabia muito bem o que estava a fazer,e ainda dão desculpas como o pinheiro caiu e bateu no sobreiro.Não me façam rir.Cambada de filhos da puta.Querem dizimar o pouco que resta destas preciosidades.
ResponderExcluirJá observei atentamente as fotos cedidas pela quercus e não deixam marca para dúvidas.O azevinho brutalmente cortado sem dó nem piedade, o que o dinheiro faz á cabeça das pessoas.Para estes cabrões só digo uma coisa, estão a conseguir o que querem que é destruir as últimas florestas ,e se não for com o corte á socapa é incêndios.!! E que nenhum homem ou mulher deste país me diga o contrário, quase todos os dias são abatidas espécies autóctones sem escrúpulos, muitas nem sequer levam a madeira, cortam apenas por maldade, exemplos desses são facílimos de observar por todo o país e sóquem é tapadinho da vista é que não os consegue ver.