quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

AZEVINHOS E SOBREIROS DESTRUÍDOS NA MATA NACIONAL DO BUÇACO QUERCUS EXIGE APURAMENTO DE RESPONSABILIDADES‏

 Quercus exige apuramento de responsabilidades

Na sequência de denúncias sobre o abate ilegal de dezenas de azevinhos e sobreiros remetidas para a QUERCUS, o Núcleo Regional de Coimbra contactou a Fundação Mata do Bussaco, que está actualmente responsável pela gestão da Mata Nacional do Bussaco, para o devido esclarecimento desta situação inaceitável.

A Mata Nacional do Bussaco é considerada área protegida, pelo regime florestal total, pelo que deveria ter o devido acompanhamento da Autoridade Florestal Nacional. Esta mata possui algumas relíquias da floresta autóctone como os azevinhos arbóreos e outras espécies de árvores, algumas de grande porte como o cedro-do-buçaco Cupressus lusitanica.

Dada a gravidade da situação, com abate de espécies protegidas, a QUERCUS remeteu a denúncia para o SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente), da GNR, que também já tinha sido alertado para os cortes ilegais, e efectuou-se ainda uma visita à área intervencionada, para constatar os abates dos exemplares de azevinhos, sobreiros e medronheiros no terreno, tendo sido confirmada esta situação, que consideramos inaceitável na gestão de uma Mata Nacional afecta ao regime florestal total.

A justificação da intervenção parece estar relacionada com o corte de pinheiros afectados pela doença da murchidão, provocada pelo nemátodo da madeira do pinheiro, tendo sido entregue o abate das árvores a um madeireiro, em detrimento de empresas de arboricultura, especializadas em retirar árvores sem destruir as que estão próximas. Consta que o referido corte das árvores teria sido efectuado nas últimas semanas sob supervisão técnica da Fundação e que era desconhecido o abate de árvores autóctones.

Parece-nos que da parte da Fundação houve uma demonstração inequívoca de falta de acompanhamento da intervenção do abate das árvores, o que era da sua responsabilidade.

Este caso é bem representativo da falta de cuidado das entidades que fazem a gestão do património florestal português. Pelo que sabemos, vamos assistindo é à contínua degradação da nossa floresta, com os responsáveis falando da sua preocupação em fazer uma boa gestão, mas depois, não fiscalizando a aplicação da legislação e, pior que isso, não dotando as entidades públicas com os meios financeiros necessários a uma gestão florestal responsável.

Mas o mais grave é o abate ilegal de vários azevinhos protegidos (alguns de grande porte). A culpa não pode morrer solteira, nem ser apenas dos trabalhadores que efectuaram os cortes, uma vez que apenas cumpriram ordens do madeireiro contratado e estavam, supostamente,  a ser acompanhados por técnicos da Fundação.

Esperamos que este caso venha a forçar a administração pública, no conjunto dos ministérios da agricultura e do ambiente, a fazerem mais no sentido de uma maior sensibilização e fiscalização do abate ilegal de árvores autóctones protegidas.

Aguardamos um relatório com o devido esclarecimento da Fundação Mata do Bussaco, identificando completamente não só os danos causados (abates ilegais de espécies protegidas, cortes e danos noutros exemplares de espécies autóctones), como também identificando os responsáveis pelos danos. Vamos aguardar também pela actuação do SEPNA da GNR e da Autoridade Florestal Nacional.

Neste Ano Internacional das Florestas designado pela UNESCO devido à importância da floresta, continuamos dispostos a colaborar voluntariamente com todos os que pretendem fazer uma gestão florestal sustentável, que dignifique o nosso melhor património natural e contribuindo para a conservação da natureza nas nossas Matas Nacionais.


Lisboa, 20 de Janeiro de 2011

A Direcção Nacional e o Núcleo Regional de Coimbra da
Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

3 comentários:

  1. É uma vergonha o que se passa no Buçaco. Sabiam que se os 4 administradores e o presidente decidissem ganhar o que lhes foi concedido através de uma acta que estabelece os seus vencimentos, a Mata do Buçaco teria de gerar mais de 400.000,00 euros anuais apenas para pagar a 5 pessoas? Fantástico, não?

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  2. E assim vai o nosso pais, essas pessoas deviam ter vergonha de ocupar esses lugares, e para fazer a manutenção ao espaço nem deve haver ninguém, mas para que 4 administradores pode me dizer?

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  3. Isto é um aviso.Essa gente sabia muito bem o que estava a fazer,e ainda dão desculpas como o pinheiro caiu e bateu no sobreiro.Não me façam rir.Cambada de filhos da puta.Querem dizimar o pouco que resta destas preciosidades.
    Já observei atentamente as fotos cedidas pela quercus e não deixam marca para dúvidas.O azevinho brutalmente cortado sem dó nem piedade, o que o dinheiro faz á cabeça das pessoas.Para estes cabrões só digo uma coisa, estão a conseguir o que querem que é destruir as últimas florestas ,e se não for com o corte á socapa é incêndios.!! E que nenhum homem ou mulher deste país me diga o contrário, quase todos os dias são abatidas espécies autóctones sem escrúpulos, muitas nem sequer levam a madeira, cortam apenas por maldade, exemplos desses são facílimos de observar por todo o país e sóquem é tapadinho da vista é que não os consegue ver.

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