quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Governo quer meio milhão hectares área florestal certificada



O secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural disse hoje que o Governo quer chegar a 2013 com 500.000 hectares de área florestal certificada, defendendo que esta é uma forma de tornar competitivo o sector. “É uma meta possível, porque este ano esperamos já atingir os 300.000 hectares de floresta certificada”, afirmou à agência Lusa Rui Barreiro no final de uma jornada de trabalho no Pinhal de Leiria, na Marinha Grande, que deverá ser a primeira mata nacional de pinheiro bravo a obter a certificação florestal.
Rui Barreiro sustentou que certificar “significa acrescentar valor” e “aumentar as condições de competitividade da fileira florestal”, considerando que a medida também “ajuda a tornar o país mais competitivo”.
O governante esclareceu que só no decurso de 2011 prevê-se a certificação de 100.000 hectares de área florestal, seja tutelada pelo Estado ou por privados, e reconheceu ser “importante sensibilizar as organizações de produtores florestais” para este objetivo.
“A própria indústria, através do preço, já o faz”, admitiu Rui Barreiro.

Sobre os investimentos no Pinhal de Leiria, mata nacional que ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande e uma franja do município de Leiria, o secretário de Estado salientou o “excelente trabalho de gestão florestal e silvicultura preventiva” em curso que contribuem para a prevenção de incêndios e de problemas fitossanitários.
“Conseguimos demonstrar que nas matas públicas é possível trabalhar bem”, referiu o responsável, esperançado de que o exemplo seja “replicado” pelos privados para que “consigam tirar maior rentabilidade da floresta” e, também, minorar os efeitos daqueles problemas.
Rui Barreiro destacou igualmente a importância da participação da sociedade civil e das empresas para a concretização de uma gestão sustentável da floresta.

“Nesta mata nacional temos mais 500 hectares disponíveis para que as empresas se associem à reflorestação”, observou, referindo que através da responsabilidade social das empresas se pode ultrapassar os 100 hectares que, neste momento, estão afetos a este âmbito no Pinhal de Leiria.
O secretário de Estado acrescentou que o Governo, embora não esteja a equacionar essa possibilidade, “não coloca de parte a celebração de protocolos de gestão da floresta entre a Autoridade Florestal Nacional e outras entidades”.
Rui Barreiro disse ainda esperar que o Ano Internacional das Florestas, que arranca a 02 de fevereiro em Nova Iorque e, no mesmo dia, no Centro de Ciência Viva da Floresta, em Proença-a-Nova, deixe “como marca na sociedade portuguesa a compreensão de que a floresta é de todos, para todos e todos têm a obrigação de cuidar dela”.

“Se fizemos isso, teremos mais e melhor floresta”, salientou, apontando este como o caminho “para garantir a sua sustentabilidade”.
Diário Digital / Lusa

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